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perda irreparável 'Órfãos de Mayara', pai e mãe da jovem buscam apoio nas outras filhas Uma das filhas, que mora no exterior, vai voltar ao Brasil para ajudar família 1 AGO 2017 • POR MARIANE CHIANEZI • 19h51

A morte de Mayara Amaral, de 27 anos, completou uma semana e episódio foi marcado por comoção em missa de sétimo dia do falecimento, que aconteceu na Paróquia São João Bosco, na Vila Célia, em Campo Grande, ontem. Pai da jovem, Alziro Amaral, de 61 anos, aceitou falar com a reportagem na tarde de hoje e contou a dificuldade que ele e a esposa vêm enfrentando para superar a tragédia.

“Não estamos nada bem com essa situação, é complicado aceitar o jeito que aconteceu”, foi assim que Alziro definiu o momento ao Portal Correio do Estado.

Com a voz embargada pela tristeza e abatimento, ele contou que a esposa e mãe de Mayara, Ilda Cardoso, 50 anos, está passando por acompanhamento psicológico para tentar superar a perda da filha caçula. "Acabamos de chegar do médico, que agora é algo necessário para mãe dela [Mayara]". 

Ainda tentando entender o que aconteceu com Mayara, que tinha uma rotina "muito corrida", conforme ele definiu, o apoio está vindo principalmente das outras duas filhas mais velhas, Pauliane e Gisele. Pauline, que mora na Bélgica, está com passagem comprada para voltar ao Brasil e se juntar aos pais.

"Dia 12 ela vai chegar para prestar apoio principalmente para a mãe dela que é a mais abalada com tudo isso", reconheceu Alziro.

Perguntado sobre a rotina na vida da jovem professora, Alziro descreveu com orgulho que a Mayara era muito batalhadora e que sua rotina era muito puxada. "A rotina dela era bem movimentada. Ela dividia apartamento com uma amiga, saia cedo para dar aula em uma escola municipal, à tarde ela também dava aula em um projeto e à noite ensaiava na banda."

O pai da musicista contou que não conhecia nenhum dos presos envolvidos na morte da jovem, mas disse acreditar que a filha e Luis Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, que assumiu a participação no brutal assassinato e era conhecido da vítima, ainda estavam se conhecendo.

Alziro mencionou que Mayara e Luís Alberto chegaram a ensaiar juntos no dia que a jovem desapareceu. Os dois tocavam na mesma banda.

DISSIMULADO

Ele fez questão de relembrar a forma com que Luis tentou incriminar um amigo da filha através de mensagens para o celular de dona Ilda. "Foi planejado e a forma com que tentaram encobrir tudo foi absurda".

Frieza chamou atenção, pois as mensagens enviadas para o celular da mãe de Mayara foram encaminhadas depois que jovem já havia sido morta com marteladas na cabeça e o corpo tinha sido parcialmente carbonizado.

Agora, os pais, 'orfãos' de uma das filhas, aguardam a conclusão da investigação e Alziro afirmou que só uma condenação justa para os assassinos confessos da musicista é o que se espera.

"Independente se for classificado como latrocínio ou feminicídio, queremos que eles paguem por isso. Confiamos no trabalho da Polícia Civil e do Ministério Público", finalizou Alziro.