Após fazer apelo público nas redes sociais para que a diretoria da Santa Casa presenteie Campo Grande com a reabertura do pronto-socorro — com os portões fechados com cadeados desde a noite de quarta-feira, o hospital barrou até mesmo entrada da unidade de resgate do Corpo de Bombeiros —, o prefeito Marcos Trad (PSD) vai recorrer ao Ministério Público Federal (MPF) para que os atendimentos sejam retomados.
“Nós vamos conversar diretamente com o MPF. Eles fazem parte da gestão, para que eles analisem se há necessidade ou não dessa intervenção. Porque, se eles (diretoria da Santa Casa) estão fechando as portas, dá a impressão de que não têm mais condições”, declarou neste domingo, durante agenda pública.
Desde a última quarta-feira, a administração da Santa Casa de Campo Grande fechou os portões do pronto-socorro alegando superlotação. Emergência, centro cirúrgico, pós-operatório e leitos da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) estariam operando 60% acima da capacidade.
Entretanto, no último sábado imagens enviadas à reportagem do Correio do Estado mostravam macas desocupadas na Unidade. Também durante a noite de sábado, dois porteiros do hospital foram detidos por impedir a entrada de unidade de resgate do Corpo de Bombeiros. Os militares transportavam paciente com diversas fraturas e hemorragia.
A gravidade do quadro levou o prefeito a postar um vídeo em sua página no Facebook, fazendo um apelo aos diretores da Santa Casa para reabrir o hospital.
Além de lamentar que “não há nada mais triste do que buscar socorro para um irmão nosso, para alguém que a gente ama e encontrar as portas fechadas” — alertando ainda que “o sofrimento será eterno para quem perder um ente querido porque os portões estão fechados”—, Trad também lembra que neste mês Campo Grande completa 118 anos e pede aos diretores, como presente de aniversário da Capital, “que sejam parceiros e abram as portas da Santa Casa”.
Ontem, durante agenda pública, o prefeito reiterou que os repasses do município estão em dia e classificou a atitude de fechamento da Santa Casa como “radical”.
“Isso não se faz, um gestor de uma entidade filantrópica, não poderia decidir (pelo fechamento), ou a sua diretoria, pois eles estão mexendo com vidas. Dificuldades eu também tenho na Prefeitura, se eu fosse pensar em todas as secretarias que estão passando por dificuldades, todas elas estariam fechadas.Tem que ter maturidade, responsabilidade e buscar alternativas para cada vez mais atender a população e nunca fechar as portas com cadeado”, criticou.