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Infraestrutura Acadêmicos de medicina protestam e UFMS promete melhorias no curso Universidade informou que grupo será constituído para sanar os problemas 9 AGO 2017 • POR GLAUCEA VACCARI E NATALIA YAHN • 17h46

Acadêmicos do curso de medicina da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul protestaram hoje reivindicando melhoras na estrutura e na qualidade do curso. Com cartazes, tambores e nariz de palhaço, dezenas estudantes participaram da manifestação.

Estudantes se reuniram em frente ao prédio da Faculdade de Medicina (Famed) e seguiram para a reitoria, entoando gritos de "nossa luta é todo dia, a saúde não é mercadoria".

Em carta aberta, estudantes afirmam que o prédio da Faculdade de Medicina (Famed) não atende a atual demanda de alunos e que obras do novo prédio foi parada há meses por falta de recursos.

"O laboratório de anatomia humana está aos pedaços e não recebe corpos novos há uma década. Além disso, seu sistema de ventilação não pode ser utilizado, pois faz muito barulho e atrapalha a aula", informa o documento.

Outra reclamação é com relação aos atrasos e faltas de professores, além de abuso de autoridade.

Ainda na carta, acadêmicos reclamara que no período de internato, que são os dois últimos anos e nos quais os universitários passam grande parte da carga horária dentro do hospital, um ou mais médicos, chamados preceptores, ficam responsáveis por acompanhar médicos e residentes, mas não há profissionais para o trabalho. 

Micaelly Menezes, 23 anos, está no 5º ano do curso e disse que desde que entrou no universidade os problemas persistem e a situação só piorou.

Principal reclamação da estudante é com relação a falta de médico preceptor durante o internato. Segundo ela, na maioria das vezes não há médicos no plantão e os residentes ajudam os acadêmicos.

“Esta não é a função deles, mas acabam ajudando”, disse.

NÃO SABIA DE NADA

Diretor da Famed, Wilson Ayach, foi até o local do protesto e disse aos acadêmicos que não foi comunicado sobre nenhuma das reclamações, mas que estava aberto ao diálogo. Em contrapartida, estudantes afirmam que vários ofícios foram encaminhados, porém, sem resposta.

Nada ficou definido, no entanto. Ayach se comprometeu a investigar a questão relativa ao atraso e a falta de professores e tomar as medidas cabíveis, que incluem abertura de sindicância caso seja constatada irregularidades.

Em nota, UFMS informou que com relação a infraestrutura da Faculdade de Medicina, conclusão da obra depende de processo licitatório, com previsão de finalização dos trâmites administrativos até o dia 15 de setembro.

O valor estimado da obra é de R$ 575.412,72. Também está em andamento processo para aquisição de equipamentos de climatização do prédio.

Já sobre o laboratório de anatomia, projeto arquitetônico para revitalização do espaço está sendo elaborado, assim como tratativas finais com o Institudo de Medicina e Odontologia Legal (Imol) para elaboração de instrumento jurídico que possibilite a efetivação da doação de corpos.

A respeito das reclamações relativas aos docentes, internato e coordenação do curso, cabe a Famed encontrar mecanismos para a resolução das demandas.

Na nota, UFMS informou ainda que será constituído grupo de trabalho para aperfeiçoar o diálogo institucional e sanar os problemas acadêmicos apontados.