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Porto de Santos Ibama informa que maioria dos contêineres afundaram no litoral de São Paulo Dos 46 contêineres que caíram de um navio, 38 estão no fundo do mar 16 AGO 2017 • POR G1 • 08h06

Ao todo, 38 dos 46 contêineres que caíram de um navio a quatro quilômetros do acesso ao Porto de Santos, no litoral de São Paulo, afundaram. A informação é do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), que ainda dimensiona os impactos ocasionados pelo acidente.

Na madrugada de sexta-feira (11), as caixas metálicas foram lançadas ao mar, depois que o navio Log-In Pantanal foi atingido por ondas de até 4,5 metros. A embarcação aguardava para realizar manobra de entrada no cais santista. Mercadorias, que ficaram espalhadas pela região costeira, foram saqueadas após o ocorrido.

Até terça-feira (15), somente oito contêineres tinham sido localizados. Dois encalharam em uma praia de Guarujá e outros seis permaneceram boiando na costa da cidade, segundo informações da agente ambiental federal Ana Angélica Alabarce, que integra o grupo de emergências do órgão e acompanha o caso.

"Todos os demais [contêineres] afundaram, e a maioria está concentrada no local onde o navio estava fundeado. A empresa já iniciou o mapeamento, mas, infelizmente, as condições do mar não ajudaram na retirada daqueles que foram encontrados na superfície e no completo posicionamento dos que estão submersos", explicou.

No fim da tarde de terça-feira, cumprindo o prazo de 24 horas estabelecido pelo Ibama, a Log-In protocolou na autoridade ambiental o plano de remoção dos contêineres no fundo do mar. "O documento ainda vai ser analisado pela nossa equipe, que também vai acompanhar todo o processo de retirada [das caixas metálicas]".

Dois contêineres encalharam em praia de Guarujá, SP (Foto: Divulgação/Prefeitura de Guarujá ) Dois contêineres encalharam em praia de Guarujá, SP (Foto: Divulgação/Prefeitura de Guarujá )
Dois contêineres encalharam em praia de Guarujá, SP (Foto: Divulgação/Prefeitura de Guarujá )

A autoridade ambiental também monitora o cumprimento da ordem estabelecida na segunda-feira (14) à empresa para limpar praias, rochedos e superfície do mar onde forem localizados resíduos provenientes do acidente, até o fim desta semana. A empresa afirmou que o trabalho já foi iniciado, mas disse não ter prazo para terminá-lo.

Nesta quarta-feira (15), os agentes do Ibama vão monitorar a operação de retirada dos compartimentos sinistrados que permaneceram a bordo do navio após o acidente. "Peritos dos Estados Unidos foram chamados pela armadora. Vamos acompanhar esse trabalho para evitar qualquer outro dano ao meio ambiente", disse.

O Log-In Pantanal permanece atracado no costado do Terminal 37, na Margem Direita do Porto de Santos, desde a última sexta-feira. O navio não apresenta problemas na navegabilidade, mas danos no convés forçaram a Marinha do Brasil a reter a embarcação no local, até que os reparos sejam feitos e um laudo apresentado.

"Especialistas norte-americanos contratados pelo P&I Club (Protection and Indemnity) estão avaliando as condições da embarcação e das cargas", informou a companhia, sem detalhar os danos constatados no navio. Por meio de nota, a empresa também não informou quando esse trabalho será finalizado.

Acidente

A queda de 46 contêineres ocorreu na madrugada de sexta-feira, do navio Log In Pantanal, então no Fundeadouro 3 do Porto de Santos. O mau tempo, segundo a empresa proprietária do navio, contribuiu para o ocorrido, que é alvo de uma investigação da Capitania dos Portos. Nenhum tripulante ficou ferido.

Por segurança, o canal de navegação, que serve de acesso ao cais santista, está sendo monitorado por equipamentos que identificam objetos submersos. Entre sexta e sábado (12), a via navegável teve que ser bloqueada. A Marinha do Brasil emitiu uma alerta aos navegantes por causa das caixas metálicas no mar.

Aparelhos de ar-condicionado, mochilas, material hospitalar, pneus, toalhas e tapetes estão entre as cargas armazenadas nos contêineres que caíram na água e apareceram flutuando na região. Alguns compartimentos se romperam e parte da carga se espalhou entre a barra de Santos e a região costeira das cidades.

As autoridades ambiental e marítima informaram que ainda não conseguem estimar a área total para onde os contêineres se espalharam. Entretanto, permanecem monitorando a região costeira da Baixada Santista para tentar identificar, localizar e mapear as outras 38 caixas que ainda podem reflutuar.

Ao menos 11 pessoas foram detidas em flagrante por saquearem contêineres que boiavam na barra de Santos. Entre os produtos recuperados, estão eletrônicos, eletrodomésticos, pneus de bicicleta e peças de vestuário. As mercadorias foram apreendidas e as pessoas acabaram liberadas na delegacia.

A maior parte dos flagrantes envolveu ocupantes de embarcações nas proximidades da comunidade do bairro Santa Cruz dos Navegantes. Outro grupo foi detido ao desembarcar na Praia do Guaiúba, ambos em Guarujá. O policiamento também monitora a orla das demais cidades da região.