A Polícia Federal investiga uma quadrilha suspeita de inserir dados de atletas "fantasmas" nos sistemas do Ministério do Esporte para desviar recursos do programa Bolsa Atleta. O G1 aguarda posicionamento do ministério.
Ao todo, são cumpridos seis mandados de busca e apreensão e seis mandados de condução coercitiva – quando a pessoa é levada para depor – nesta sexta-feira (18). As determinações judiciais são da 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal.
Segundo a PF, durante o ano de 2012, o grupo conseguiu criar 25 atletas fantasmas, "inclusive de alto rendimento e nível olímpico". A fraude teria movimentado R$ 810 mil à época – que ultrapassam R$ 1 milhão em valores atuais.
Pela manhã, houve buscas no bar Versão Brasileira, na 204 Sul. Por volta das 8h43, os agentes da PF deixaram o local sem levar nada. A suspeita é de que o dinheiro desviado tenha servido para abrir o espaço. O G1 não conseguiu contato com a administração do estabelecimento.
A operação é chamada de "Havana". Isso porque o homem apontado como líder e outros membros dro grupo são brasileiros nascidos em Cuba. A polícia não informou o nome dos investigados nem o cargo deles, mas afirmou que não há indício de participação de mais pessoas além dos seis investigados.
Questionada, a PF também não explicou como funcionava a insersão das informações falsas no sistema. A corporação informou apenas que o desvio do dinheiro era articulado por um servidor terceirizado do ministério. Envolvia pessoas de dentro do setor de pagamentos, com acesso para fraudar e manipular os dados.
Bolsa Atleta
Criado em 2005, o Bolsa Atleta é um programa do governo federal que financia atletas para que se dediquem ao esporte. Os auxílios vão de R$ 370 a R$ 15 mil mensais e são pagos por meio da Caixa. O orçamento para o programa neste ano é de R$ 125,79 milhões.