Em visita à Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos na noite deste sábado (19), o prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), usou chapéu, comeu refeição típica de peões, foi ao palco, discursou aos cerca de 35 mil presentes ao estádio de rodeios e falou em levar rodeio para a capital.
Doria chegou ao Parque do Peão de Barretos (423 km de São Paulo) por volta das 21h e foi recebido pela organização do evento no Ponto de Pouso, local que abriga o concurso da Queima do Alho -que reproduz a comida típica dos peões boiadeiros, com churrasco, paçoca de carne, feijão e arroz carreteiro.
"Aqui não tem crise, ano após ano de crescimento, mais resultado, mais público, mais impacto, demonstração clara de que não há crise onde há trabalho", disse o prefeito.
Depois de receber presentes como fivela e chapéu, Doria afirmou que visitava Barretos como "amigo", "não como pré-candidato à Presidência da República", e comeu a refeição característica dos peões no local.
Em seguida, acompanhado do deputado Fernando Capez (PSDB), foi ao estádio de rodeios, fez selfies com mais de uma dezena de pessoas e assistiu do palco a montarias em touros.
Antes de falar ao público, Doria foi saudado pelo locutor de rodeios Cuiabano Lima. "Em nome do digníssimo presidente [da festa] Hussein Gemha Júnior, do prefeito de Barretos, Guilherme Ávila [PSDB], nós estamos recebendo com muito carinho um homem que tem mudado a história de pessoas todos os dias na maior capital desse país, na quinta maior cidade desse planeta, que é a capital de São Paulo [...] João Doria, o nome de João, apóstolo de Jesus, o homem da caridade, o homem do trabalho, o homem da humildade", disse o locutor.
Em seguida, Doria elogiou a organização do evento e discursou por cerca de três minutos. "Vou lançar aqui um desafio aos Independentes [associação organizadora da festa]: para nós fazermos uma festa igual em São Paulo muito em breve", disse Doria, que em seguida fez uma coreografia com os braços com o locutor e o público presente ao estádio projetado por Oscar Niemeyer (1907-2012).
AGENDA
De manhã, Doria participou de atividade da operação Cidade Linda, no Butantã. Quando gravou vídeo para suas redes sociais, ouvia-se gritos de "Doria presidente" de um grupo de pessoas. Ele voltou a atacar o PT, ao dizer que herdou 650 mil buracos nas ruas da gestão de Fernando Haddad (PT) e que trabalha para fechá-los.
A viagem a Barretos foi mais uma da série que Doria tem feito pelo país. Na última semana, o tucano intensificou agenda na região Nordeste, mesma semana em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) iniciou uma caravana de ônibus pelos nove Estados da região.
Nesta sexta (18), em Fortaleza (CE), Doria respondeu a uma afirmação de Lula, que se comparou, na Bahia, ao argentino Lionel Messi, cinco vezes eleito o melhor jogador do mundo.
"O Lula me atacou e disse que é o Messi. Pois então Lula, eu te digo que eu prefiro ser o Neymar, que é brasileiro e negro, Lula. Essa é a minha escolha", disse Doria em evento com a presença de líderes empresariais do Estado.
Pouco antes, Doria já havia chamado Lula de "sem-vergonha, mentiroso, preguiçoso e covarde" por críticas que diz ter recebido do ex-presidente, entre elas o fato de estar viajando muito. Doria, só em agosto, já esteve em quatro capitais do Nordeste -Salvador, Natal, Fortaleza e Recife.
Em Salvador, o prefeito paulistano foi recebido sob protestos e foi atingido por ovos.
O Nordeste é o principal reduto eleitoral de Lula e sua principal aposta para alavancar a votação em 2018, caso seja candidato à Presidência. O petista é aliado de oito dos nove governadores da região.
Em suas viagens, Doria tem feito uso da estrutura do Lide (Grupo de Líderes Empresariais), que ele fundou e do qual se licenciou.
Ele nega ser candidato à Presidência em 2018, mas diz que "não vai se furtar".