A indefinição sobre a contratualização da Prefeitura de Campo Grande com a Santa Casa segue, mesmo com a entrada de deputados estaduais para tentar intermediar a negociação. Já dura 20 dias a medida baixada pela diretoria de que os portões da unidade de saúde ficam fechados e pacientes só são aceitos depois de regulação prévia.
Essa determinação causou confusão e paciente que fora levado pelos Bombeiros demorou para ser atendido porque porteiros seguiam ordens de não abrir o portão de acesso caso não houvesse prévia autorização. Os porteiros acabam detidos.
A direção do hospital, que é gerido pela Associação Beneficente Campo Grande (ABCG), defende que precisa receber mais recursos para conseguir realizar os atendimentos, mas o governo municipal sustenta que não tem caixa para suportar esses pagamentos.
O que está na pauta de tratativas agora é aumento de R$ 3 milhões no atual montante de repasse, que é de cerca de R$ 20 milhões por mês. Na última reunião realizada no Ministério Público Estadual (MPE), o governo do Estado posicionou-se favorável a custear R$ 1 milhão nesse aumento, mas condicionou o pagamento se a prefeitura pagar outros R$ 2 milhões.
O pedido de aumento vem sendo defendido pelo presidente do hospital, Escacheu Nascimento, em todas as reuniões. Segundo ele, o hospital está fechando com deficit mensal de R$ 3 milhões.
“Fechamos todo mês com deficit de R$ 3 milhões. Como não podemos atrasar salários, acabamos atrasando com fornecedores”, afirmou.
Esacheu reafirmou que o controle no portão para entrada de pacientes vai ser mantido. A medida já dura 20 dias. “O hospital é destinado a atendimentos de média e alta complexidade, por isso teremos controle de entrada. Lá não é lugar de atender consultas”, comentou.
Ao mesmo tempo que pleiteia mais recursos, a atual direção da Santa Casa é investigada pelo Tribunal de Contas do Estado sobre como é feito o uso do dinheiro público. Os repasses vindos da União, prefeitura e Estado só podem ser utilizados para pagar diretamente o custeio de serviços prestados. Eles não podem ser usados para quitar dívidas ou outros tipos de custos. Uma vistoria já foi feita na unidade de saúde.
*Colaborou Rodolfo César.