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118 anos Edição do Correio do Estado mostra a trajetória de personagens e projetos Propostas despontam na Cidade Morena 26 AGO 2017 • POR DA REDAÇÃO • 06h00

Os últimos anos têm sido difíceis para a população brasileira. Não há como negar a crise, que afetou setores importantes da economia com efeitos ainda perceptíveis. Porém, na edição comemorativa dos 118 anos de Campo Grande, o Correio do Estado lança olhar para o futuro,  mostrando iniciativas que não deixam dúvida de como a Capital de Mato Grosso do Sul é cenário para o crescimento econômico e desenvolvimento de ideias na cultura, esporte e educação. Contamos histórias de pessoas e projetos que mostram o quanto a cidade tem a oferecer aos seus moradores. Há aqueles que não esquecem da influência histórica, como a família do libanês Joseph Tuma, que ficou conhecido por aqui como José Thomaz; filhos e netos mantêm a tradição comercial na Rua 7 de Setembro, onde o pagamento ainda é feito na base da confiança. Tem também a Romilda Campos, que saiu de Jardim e apostou na Capital como celeiro de novos talentos do futebol feminino. “Não existe desistir”, diz ela. A frase pode ser estendida a todos que contam suas histórias nessa edição especial. Campo Grande é e sempre será a terra dos desbravadores.

LEMBRANÇAS DOS DESBRAVADORES
Era 4 de março de 1872 quando José Antônio Pereira, em companhia de dois filhos e mais quatro amigos, seguiu para as belas terras de Mato Grosso, depois de ouvir os relatos de seu cunhado, que havia lutado na Guerra do Paraguai. A pequena comitiva, que saiu de Monte Alegre (MG), enfrentou diversas dificuldades. A chegada ocorreu oficialmente apenas no dia 21 de junho, quando o grupo montou acampamento à confluência de dois córregos. Logo encantaram-se com a riqueza de vegetação, boa qualidade da terra e abundância de água. Marca-se, assim, o início de Campo Grande. 

Pereira ergue o primeiro rancho, planta uma roça e decide retornar a Minas Gerais para buscar o restante da família. Ele firma parceria com João Nepomuceno, que residia em um rancho no caminho para Camapuã e ficaria responsável por zelar pela sua área e cuidar das plantações. Demora três anos para retornar. Nesse tempo, Nepomuceno precisou fugir por ter assassinado um fazendeiro que lhe fornecia carne. Passa a missão de guardião para o mineiro Manoel Vieira de Souza (Manoel Olivério). No entardecer de 15 de agosto de 1875, José Antônio Pereira retorna acompanhado de 62 pessoas. 
Inicia-se então, o povoado que daria origem a Campo Grande.