O Estado do Amazonas realiza neste domingo (27) o segundo turno da eleição suplementar para decidir quem será o novo governador local. O pleito foi determinado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em maio, após ser confirmada a cassação de José Melo (PROS), então governador.
Devido ao pouco tempo de campanha e a desconfiança da população, a disputa não tem provocado entusiasmo nos eleitores amazonenses. A rotina eleitoral dos dois candidatos, o ex-governador Amazonino Mendes (PDT) e o senador Eduardo Braga (PMDB), também encolheu devido a proibição de doações por empresas.
A falta de empolgação do eleitorado deu sinais ainda no primeiro turno. Abstenções somadas a votação de brancos e nulos superaram, com folga, os votos do primeiro colocado. Amazonino obteve 577.397 votos; já o número de eleitores que deixaram de escolher um dos nove candidatos foi de 849.528.
No pleito de 2014, brancos e nulos representaram pouco menos de 9% dos votos do primeiro turno. Desta vez, chegaram a quase 16%.
Braga, atrás nas pesquisas, fez apelo justamente aos eleitores que pretendem se abster ou se decidir entre branco e nulo, em entrevista à Rede Amazônica, afiliada da TV Globo no estado, nesta sexta-feira (25). A programação previa um debate, mas Amazonino não compareceu alegando ser alvo de ataques do adversário.
Apesar do conflito, os dois foram companheiros depalanque em eleições passadas. Ambos também colecionam diversas denúncias de irregularidades.
O pedetista esteve envolvido, entre outros escândalos, no esquema de compra de votos para aprovar a emenda da reeleição, em 1997. Contudo, ele não foi investigado pelo caso.
Já o peemedebista responde a inquérito da Operação Lava Jato e é citado na denúncia apresentada pelo procurador-geral, Rodrigo Janot, envolvendo propinas da JBS, embora não tenha sido acusado formalmente.
Os dois negam todas as acusações.