Cerca de 450 famílias integrantes de movimentos sociais ocuparam a sede do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), na manhã de hoje, em Campo Grande, em reivindicação ao andamento da reforma agrária.
Rodionei Merlim, diretor do Movimento pela Agricultura Familiar (MPF) e Coalizão do Mato Grosso do Sul, disse ao Portal Correio do Estado que no ano passado, o presidente do Incra, Leonardo Góes Silva, veio ao Estado e prometeu que em três meses seriam pagas áreas apresentadas para criação de novos assentamentos e que o valor destinado para a compra destas áreass já estava garantido no orçamento do ano de 2017.
“As promessas não foram cumpridas. Queremos uma resposta sobre as pautas protocoladas anteriormente a respeito da compra das áreas e dos novos assentamentos e o real orçamento para o Estado”, disse Merlim.
Entre as reivindicações, manifestantes pedem aquisição de áreas para reforma agrária, melhorias para os assentamentos já existentes, como moradias, infraestrutura e liberação de financiamentos através do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), liberação do cartão reforma para as moradias já existentes, levantamento de famílias ativas nos municípios, cadastramento dos candidatos no sistema estadual e nacional de seleção de famílias no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária, retorno da execução das moradias no campo pelo Incra no Programa Nacional de Habitação Rural e esclarecimento das diretrizes orçamentárias destinadas ao Plano Nacional de Reforma Agrária de 2017
Grupo também reivindica que os quadros de chefia e de confiança não sejam vinculados a nenhum tipo de movimento social ou sindicato.
Conforme Merlim, há manifestantes de nove movimentos sociais no prédio e ocupação deve continuar até que as reivindicações sejam atendidas ou que haja resposta para as solicitações. Hoje, ainda devem chegar ônibus com grupo do interior e expectativa é que 1 mil pessoas ocupem a sede do Incra.
Amanhã, parte do grupo sairá em marcha até a governadoria, no Parque dos Poderes, onde será feito ato e acampamento para pedir o apoio do governador Reinaldo Azambuja (PSDB). Além disso, eles também pedem apoio do senador Pedro Chaves (PSC), para intermediar uma reunião com o presidente Michel Temer (PMDB).
“O superintendente do Incra regional não tem autonomia para resolver a questão. Ele está correndo atrás, mas quem resolve é Brasília, por isso queremos ir para Brasília”, disse Marlim.