As investigações que apontam para prática de corrupção passiva e ativa, fraude em licitação e lavagem de dinheiro no Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MS) atingiram todo o comando da autarquia. Ao mesmo tempo, o governo do Estado decidiu aguardar análise de órgãos próprios para definir quais medidas deve tomar contra os funcionários envolvidos.
As irregularidades, segundo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público Estadual, vêm sendo praticadas desde 2015, início do governo de Reinaldo Azambuja (PSDB) no Estado.
A nomeação de Gerson Claro Dino para a presidência do Detran foi feita pelo próprio governador. Gerson foi preso hoje durante a Operação Antívirus, que foi desencadeada para cumprir nove mandados de prisão preventiva, três de prisão temporária e 29 de busca e apreensão.
O governo do Estado, por meio de nota, informou que Azambuja determinou que a Procuradoria Geral do Estado e a Controladoria Geral faça um "rigoroso acompanhamento da operação". O governador está em São Paulo e só chega nesta quarta-feira a Campo Grande.
"O governador recebeu as primeiras informações sobre o caso ainda em São Paulo, onde cumpre agenda oficial desde a data de ontem (28)", informou nota oficial.
Além do diretor-presidente, também foram presos o diretor-adjunto do Detran Donizete Aparecido da Silva; o chefe de departamento Erico Mendonça; o diretor de administração e finanças Celso Braz de Oliveira Santos; e o diretor de tecnologia Gerson Tomi.
"O governador manifestou apoio às investigações e aguarda esclarecimentos dos órgãos de controle para definir as medidas legais cabíveis no âmbito da Administração Pública", explicou a nota, indicando que não está previsto afastamento ou exoneração dos servidores investigados por enquanto.
O salário de Gerson Claro Dino no Detran é de R$ 24.376,89. Donizete Aparecido da Silva recebeu em julho R$ 4.989,77, além de R$ 364,46 de remuneração eventual. Erico Mendonça teve vencimento no mês passado de R$ 4.175,63 e remuneração eventual de R$ 1.864,46. Celso Braz de Oliveira Santos aparece lotado na Secretaria de Governo com salário de R$ 10.413,43, além de remuneração eventual de R$ 4.881,29, isso na folha de julho. Gerson Tomi tem vencimento de R$ 5.277,38, além de eventual de R$ 2.364,46 em julho.
MANDADO DE BUSCA
Outro servidor também foi alvo de mandado, mas de busca e apreensão. Luiz Alberto de Oliveira Azevedo é assessor na Secretaria de Governo e também exerce a função de analista de tecnologia da informação na Secretaria de Fazenda. Os promotores e policiais fizeram buscas na casa dele e em seu gabinete.
Segundo o Portal da Transparência, em julho ele teve salário de R$ 4.989,77 como assessor e de R$ 17.182,53 pela função de analista de tecnologia da informação.