A JBS confessou mais uma vez não cumprir com o Termo de Acordo de Regime Especial (Tare) firmado com o governo de Reinaldo Azambuja (PSDB). Trata-se do frigorífico de Cassilândia, que seria visitado na manhã de hoje pela CPI da JBS que investiga irregularidades fiscais e tributárias da empresa em Mato Grosso do Sul.
Esta é a quarta unidade seguida que tem confirmada pela própria defesa a quebra do contrato. “É réu confesso. Queremos uma audiência com o procurador-geral da República Rodrigo Janot para apresentar esses documentos e pedir o ressarcimento ao erário. Mas não sei o que acontece que não estamos conseguindo”, reforçou o presidente da CPI na Assembleia Legislativa, deputado estadual Paulo Corrêa (PR).
O republicano estranha a dificuldade para tratar do tema em Brasília envolvendo os irmãos Wesley e Joesley Batista.
“Eles não temem nada. Se acham acima do bem e do mal”, desabafou. Esta é a quarta confissão seguida da empresa no Estado e confirma mais R$ 30 milhões de benefícios cedidos ao frigorífico da planta que não foram utilizados devidamente.
Além da unidade de Cassilândia, o advogado José Wanderlei Bezerra Alves também apresentou documentos afirmando descumprimento nos dois frigoríficos de Campo Grande e no de Ponta Porã. Ainda restam mais quatro plantas para serem analisadas pela CPI, mas a estratégia da defesa tem atrasado os trabalhos.
Isso porque há um cronograma de vistorias dos parlamentares nos locais, mas o advogado da JBS cancela a atividade um dia antes, apresentando a confissão de irregularidades na unidade. “Até agora já conseguimos comprovar que 60% dos R$ 100 milhões podem ser compensados”, assegurou Corrêa.
Os integrantes da CPI se reúnem hoje, às 15h30, no Plenarinho da Casa de Leis. O encontro é aberto ao público e tem transmissão ao vivo pela TV Assembleia. Na oportunidade eles vão definir os procedimentos que serão feitos com os frigoríficos que restam fiscalizar em Naviraí, Coxim, Nova Andradina e Anastácio.