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procura-se Feira de trabalho na Capital serve de piloto para projeto nacional No Estado, taxa de desocupação está em 8,9% 2 SET 2017 • POR DANIELLA ARRUDA • 13h06

Segunda edição da Feira do Trabalho, que vai até as 17h de hoje no campus da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), levando serviços diversos à população por mais de 70 entidades, deve ser reproduzida em outros Estados do País a partir do ano que vem.

A afirmação é do ministro do Trabalho, Ronaldo Nogueira, que participou da abertura do evento nesta manhã.

No Brasil, o número de desempregados chega a 13,3 milhões de pessoas, ou 12,8% de taxa. Em Mato Grosso do Sul, esse índice é de 8,9%, um universo de 123 mil pessoas sem emprego. 

“O que aconteceu aqui vai ser multiplicado, para que se realize nas outras unidades da federação. A sociedade brasileira tem o direito e o Estado tem o dever de prestar um atendimento de qualidade à população. Temos hoje 2.416 postos de atendimento (do Ministério do Trabalho) para um total de 5.570 municípios, com mais de oito serviços oferecidos nas suas agências físicas, mas a feira amplia esse atendimento, ao reunir entidades do terceiro setor, além dos outros órgãos das estruturas governamentais. É importante para que a própria sociedade tenha conhecimento desses serviços”, destacou.

Promovida pela Superintendência Regional do Trabalho de Mato Grosso do Sul em parceria com a Escola Legislativa da Câmara Municipal de Campo Grande, governo do Estado, Prefeitura de Campo Grande e a UFMS, a 2ª Feira do Trabalho oferece serviços variados como encaminhamento ao mercado de trabalho, emissão de carteira de trabalho, carteira de identidade, CPF (Cadastro de Pessoa Física), cartão do SUS e cadastro biométrico da Justiça eleitoral, além de exames de saúde, orientação sobre serviços públicos, oficinas e distribuição de mudas, entre outros.

Na primeira edição, realizada em junho, foram atendidas 1,4 mil pessoas; hoje, a expectativa é que um público de 1,8 mil pessoas passe pelo evento, de acordo com a organização.

“Pelo momento que o país passa, a nós, como representantes de instituições, cabe fazer o trabalho, e ao político fazer a boa política. É isso que estamos demonstrando e queremos mudar esse país; será pela força do trabalho”, destacou o superintendente regional do Trabalho em MS, Vladimir Struck.

De acordo com o reitor da UFMS, Marcelo Turini, “é inédito, em 55 anos de universidade, um evento desses, realizado em ambiente acadêmico, na indústria do conhecimento”. “A nossa UFMS, com os seus 20 mil alunos, cinco mil servidores e toda a equipe de colaboradores, parabenizam nossos parceiros. É uma satisfação abrir as portas da universidade para que consigamos fazer as entregas para nossa sociedade”, afirmou.

OPORTUNIDADE

Para o técnico em edificações Waldomiro Ferreira Lemes, 58 anos, a Feira do Trabalho representa a chance de recolocação no mercado de trabalho, após cinco meses desempregado.

“Moro perto da faculdade (na região do Pioneiros), dá para vir e voltar a pé. Sou profissional da área da construção civil, saí em dezembro do meu Estado, Mato Grosso, onde o meu último serviço já estava encerrado, mas cheguei aqui e ainda não consegui emprego. Até carro já vendi”, contou.

O trabalhador saiu de um dos balcões de emprego cadastrado e com o currículo entregue, pronto para ser encaminhado às empresas do setor. “Estou com esperança”, completou.

Já Graziele França, 30 anos, está empregada — trabalha como doméstica — mas aproveitou a manhã de sábado livre para conhecer a feira e colocar em dia serviços de que necessitava, entre eles o cadastro biométrico, um dos mais procurados pelo público, com dezenas de pessoas aguardando na fila. “Moro no Bairro Tijuca e soube que aqui na feira ia ter o cadastro biométrico, que ainda não fiz. Aproveitei e também regularizei o cartão do SUS do meu filho”, explicou.

Grazielle disse que já tinha visto eventos semelhantes em outros lugares, mas não tão amplo em serviços e dentro de uma universidade como o de hoje. “Para quem tem vida corrida, como a gente, e não tem condição de procurar os serviços públicos durante a semana, fica muito mais prático”, avalia.