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VARIEDADES Dona de loja de roupas passa a vender ecobags e fatura até 130% mais Amanda Santos fazia roupas para bebês, mas o foco mudou 3 SET 2017 • POR G1 • 06h00

A história de Amanda Santos, de 27 anos, com o empreendedorismo começou em 2013 quando as gêmeas Alice e Evey nasceram e ela optou por deixar o emprego para cuidar das filhas. Uma delas foi diagnosticada com hidrocefalia, que consiste em um acúmulo excessivo de líquido no crânio que leva ao inchaço cerebral.

“Eu trabalhava, mas a rotina estava puxada por causa das idas ao hospital. Foram muito tolerantes no trabalho, mas resolvi sair para empreender e cuidar melhor das meninas”, conta.

Ela começou seu próprio negócio com a loja “Menina Galhofeira” produzindo roupas para bebê com temas geek, nerd e pop, que não eram encontrados com facilidade na época. Ela investiu R$ 10 mil e recuperou o valor em 1 ano e meio.

Mas, em outubro de 2016, o rumo da empreendedora mudou quando ela presentou clientes da loja com embalagens e ecobags ecológicas e personalizadas. “As pessoas queriam saber quem fazia o produto e vi que poderia investir. Quem é empreendedor não pode perder negócio.”

Com o sucesso do novo produto, ela focou o seu trabalho em fazer ecobags e embalagens ecológicas na sua nova loja, a "Ideia Crua". A produção de roupas para bebê ficou em segundo plano.

Amanda contou com a ajuda da Feminaria, uma consultoria especializada para mulheres, para traçar um plano de negócios e um planejamento para a nova loja, definir seu público-alvo, sua capacidade de produção e também trouxe parcerias que alavancaram as vendas.

Entre janeiro e abril deste ano, o crescimento da nova loja foi de 5% e saltou para 130% a partir de maio.

NOVOS CAMINHOS

Para começar a “Ideia Crua”, o investimento inicial foi de R$ 6 mil para matéria-prima, estudo e maquinário. Segundo Amanda, o diferencial da empresa é produzir poucas peças, de acordo com a necessidade do cliente, atendendo microempreendedores que têm pouco dinheiro sobrando para comprar grandes quantidades de embalagens.

Amanda já tinha feito cursos de empreendedorismo e ido a eventos para mulheres empreendedoras, mas achava tudo superficial. “As pessoas contavam a sua história de sucesso e pronto, era só isso. Cada uma tinha que se virar depois. O que eu mais gostei na Feminaria é que elas são pé no chão, propõe vários planos considerando o que pode dar errado”, ressalta.

Os resultados foram tão bons que até o namorado de Amanda deixou o emprego para trabalhar junto com ela. Ainda para este ano, Amanda pretende lançar três novas linhas de produtos para a “Ideia Crua” e aumentar o faturamento em 50%.

“Para janeiro, se tudo der certo, vamos alugar um espaço próprio para fazer a estamparia, que atualmente é aqui em casa mesmo”, conta.

CONSULTORIA PARA MULHERES

A consultoria é aberta para qualquer mulher que queira começar a empreender ou que precisa de ajuda para fazer sua empresa crescer. A Feminaria oferece workshop, consultoria, palestras e mentoria, e atualmente conta com 60 associadas, que recebem acompanhamento constante, e cerca de 800 mulheres já participaram de cursos e eventos.

A iniciativa partiu da advogada Ana Carolina Moreira Bavon, que depois de trabalhar por muitos anos em um escritório de advocacia decidiu empreender e resolveu apostar em algo que ela acreditava: trabalhar com mulheres e ajuda-las a construir seu próprio negócio.

“Sempre vi homens nos lugares que capacitavam para o empreendedorismo. Eles não entendiam as mulheres, a linguagem, não sabiam como empoderar e trazê-las para a realidade”, lembra Ana.

Na consultoria, as associadas pagam uma mensalidade entre R$ 47 e R$ 167, de acordo com o pacote, para ter o acompanhamento do seu negócio e contar com a ajuda de 13 consultoras de áreas diferentes. Quem não é associada pode participar dos eventos e capacitações promovidos pela Feminaria.

“Tudo é criado para fornecer desenvolvimento, não só motivação e inspiração. A gente quer que elas saibam para onde estão indo e o que podem fazer se algo der errado”, explica Ana.