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ECONOMIA Ações da JBS despencam 8,28% após Janot ameaçar delação; dólar cai 0,5% Ações da JBS despencam 8,28% após Janot ameaçar delação; dólar cai 0,5% 5 SET 2017 • POR Folhapress • 23h00

 As ações da JBS lideraram as desvalorizações do principal índice da Bolsa brasileira, após o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ameaçar rescindir o acordo de delação premiada do empresário Joesley Batista por considerar que houve omissão de informações.

O Ibovespa, índice das ações mais negociadas, subiu 0,03%, aos 72.150 pontos.

O dólar comercial recuou 0,54%, para R$ 3,121. O dólar à vista teve queda de 0,49%, para R$ 3,123.
Pela manhã, a Bolsa chegou a subir 1,46% sob impacto da notícia de que Janot pode cancelar os benefícios da delação de Joesley. A Procuradoria abriu procedimento para revisar os acordos de três dos sete delatores do grupo J&F, que controla a JBS: Joesley Batista, um dos donos, Ricardo Saud e Francisco de Assis.

Para Janot, há indícios de omissão de informações sobre práticas de crimes no processo de negociação do acordo. O problema surgiu após os delatores entregarem à PGR, na semana passada, novos áudios.

A notícia melhorou o humor dos investidores ao sinalizar que o presidente Michel Temer poderia ganhar força no Congresso e destravar sua agenda reformista. Por outro lado, provocou a queda de 8,28% das ações da JBS.

"A gente teve uma resposta muito positiva aos acontecimentos internos, ao tropeço do Janot. Os dados de produção industrial hoje foram incríveis e mostram efetivamente uma recuperação estrutural", afirmou Adeodato Netto, estrategista da Eleven Finacial.

A produção da indústria subiu 0,8% em julho na comparação com o mês anterior. Foi o quarto mês seguido no azul, algo que não ocorria desde 2012.

"O fator de ontem [segunda] é um adicional, o otimismo vem de um mês para cá. Foram várias sinalizações positivas para os investidores locais, como as privatizações. De um mês para cá o mercado tem adotado um tom mais positivo", ressaltou Marco Saravalle, analista da XP Investimentos.

No entanto, as tensões envolvendo Estados Unidos e Coreia do Norte pesaram e derrubaram as Bolsas americanas, que estavam fechadas na segunda-feira por feriado local. O mau humor global acabou pesando e limitando a valorização da Bolsa brasileira.

As perspectivas, porém, são de que o Ibovespa rompa sua máxima história de 73.516 pontos nas próximas sessões, afirma Adeodato Netto. "A gente pode chegar rapidamente ao número se aliviarem as tensões lá fora. Estamos prontos para fechar o ano no maior nível da nossa Bolsa. O importante é que voltamos a esse patamar e é demonstração de reversão estrutural", afirma.

O dólar perdeu força ante 22 das 31 principais moedas do mundo.

O CDS (credit default swap, termômetro de risco-país) teve queda de 1,28%, para 188,8 pontos.

No mercado de juros futuros, os contratos mais negociados fecharam em queda. As taxas para janeiro de 2018 caíram de 7,760% para 7,745%. Já o DI para janeiro de 2019 teve queda de 7,810% para 7,780%.

AÇÕES

Das 59 ações negociadas no Ibovespa, 36 subiram, 22 caíram e uma se manteve estável.

Os papéis da Petrobras avançaram nesta sessão, sob impacto de alta dos preços do petróleo no exterior e dos reajustes promovidos pela empresa. A valorização também ocorreu após acionistas da BR.

Distribuidora aprovarem a adesão da companhia ao Novo Mercado da Bolsa. Os papéis mais negociados da estatal subiram 1,69%, para R$ 14,41. As ações que dão direito a voto tiveram ganho de 0,88%, para R$ 14,85.

Os papéis da mineradora Vale fecharam em baixa, apesar da alta de 0,68% dos preços do minério de ferro. Os papéis ordinários da empresa caíram 1,39%, para R$ 35,60. As ações preferenciais recuaram 1,14%, para R$ 32,87.

No setor financeiro, o Itaú Unibanco teve leve alta de 0,05%. As ações preferenciais do Bradesco tiveram queda de 1,43%, e as ordinárias subiram 0,06%. O Banco do Brasil teve ganho de 0,50%, e as units -conjunto de ações- do Santander Brasil se desvalorizaram 0,53%.