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REFORMA DA PREVIDÊNCIA Manifestantes deixam plenário e votação da reforma da Previdência é adiada Servidores prometem entrar na Justiça e fazer novos protestos 23 NOV 2017 • POR MARESSA MENDONÇA E IZABELA JORNADA • 13h30

A reunião de sindicalistas com deputados estaduais após ocupação do plenário da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul terminou sem acordo e os servidores temem que o projeto de Reforma da Previdência do Estado seja aprovado a qualquer momento.

Deputado estadual Pedro Kemp (PT) conversou com os manifestantes quando a reunião chegou ao fim.

Ele declarou que governo está intransigente em relação a alterações no projeto, especialmente em relação a segregação de massa que permite a administração estadual extinguir com fundo complementar da previdência e usar o recurso para o pagamento das aposentadorias e do 13º dos servidores.

Kemp tentou acalmar os manifestantes alegando que o projeto não será votado até terça-feira (28). “Vamos tentar uma emenda para negociar pelo menos o teto”, disse o deputado, que acredita em novos protestos. “Com certeza os manifestantes vão vir para impedir a votação”, completou.

O petista declarou que a bancada vai tentar fazer emendas para que servidores que recebem abaixo do teto não tenham que contribuir com 14%, apenas os que recebem acima do teto.

Inconformados, os servidores querem entrar na Justiça para impedir, ao menos, a segregação de massa.

“Nós não vamos pactuar com isso. Não vamos aceitar a segregação de massa que é o maior absurdo de todos. Essa situação vai afetar não só os servidores, mas a população de modo geral. O governo está intransigente e a nossa única estratégia agora é ir para a Justiça e continuar ocupando o plenário da Assembleia”, declarou Ricardo Bueno, do Sindicato dos Trabalhadores em Seguridade Social de Mato Grosso do Sul (Sintss).

Ainda segundo ele, os deputados reconheceram que em cinco meses a Previdência do Estado estará quebrada, que precisam de dinheiro para pagar o 13º salário e que esse deficit é resultado de má administração.

Outra crítica feita pelo sindicalista é em relação a proposta dos deputados sobre o uso de imóveis que compõem o patrimônio do extinto Previsul como fundo financeiro. “Isso é um absurdo porque esses imóveis já pertencem a previdência”, finalizou.

DEFICIT E REFORMA

A expectativa da administração do Estado com a reforma da Previdência é reduzir o deficit de R$ 83,7 milhões para R$ 48,6 milhões por mês.

O projeto deve aumentar de 11% para 14% a alíquota previdenciária e de 22% para 25% a patronal.

A sessão de hoje foi encerrada pela segunda vice-presidente da Casa de Leis, deputada Grazielle Machado (PR) e, após declaração da parlamentar, manifestantes deixaram o plenário.