Com os seguidos aumentos das últimas semanas, o preço do diesel já representa quase 60% do valor do frete cobrado atualmente, segundo Cláudio Cavol, presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de Mato Grosso do Sul (Setlog/MS). Paralisação nacional foi aderida por cerca de 19 mil profissionais no Estado.
O presidente do Setlog/MS disse ao Portal Correio do Estado que o sindicato não participa, mas apoia a paralisação dos profissionais, alegando que as empresas não conseguem mais se planejar com os seguidos aumentos no preço do combustível.
“Tendo como média o frete agrícola, anteriormente o diesel representava de 30% a 35% o preço do frete. Atualmente já estamos com 55% e chegando a 60%. Ou seja, não é possível arcar com os outros custos do frete, que é a alimentação do motorista, mão de obra, manutenção do caminhão. É uma bomba relógio que se não explodir agora, irá em breve”, afirmou o presidente.
Prevista para ocorrer somente hoje, a paralisação nacional já acarretou em uma redução de 50% no movimento de caminhões no Estado. Conforme Cavol, uma equipe do Setlog/MS foi até a BR-163 para averiguar o fluxo de veículos nessa manhã.
“Ficamos cerca de três horas contando os veículos e em comparação a uma segunda-feira normal, caiu cerca de 50% o movimento. Se for só hoje, o prejuízo deve ser pequeno, mas se a paralisação se estender, com certeza vai afetar nossa safra, que não cumprirá prazos de exportação, mercadorias que abastecem o Estado não chegarão e até combustível pode faltar”, detalhou.
O Setlog/MS divulgou uma nota pública reafirmando que apoia o protesto. “A atual política de precificação da Petrobras não reflete os preços praticados no mercado internacional, e após inúmeras reuniões com representantes do Governo e da Petrobras não nos resta opção que não seja o apoio a paralisação dos caminhoneiros. Esperamos que o Governo atenda a essa justa reivindicação e que Deus nos ajude”, diz um trecho da nota assinada por Cavol.