Logo Correio do Estado

PRESIDENCIÁVEIS Sem soluções, pré-candidatos prometem investimento no campo Na corrida à Presidência, questão indígena e melhorias fazem parte dos discursos em MS 4 JUN 2018 • POR Renata Volpe Haddad • 04h00

Durante a pré-campanha para as eleições de outubro deste ano, já passaram por Mato Grosso do Sul sete pré-candidatos à Presidência da República, trazendo suas promessas de melhorias para o Estado. Todos eles destacam como fundamental o investimento na agricultura e na pecuária e também comentam sobre a demarcação de terras indígenas, mas são poucas as soluções apresentadas para os casos.

Em março, o senador Álvaro Dias (Podemos) lançou sua pré-candidatura em Campo Grande. Ele avaliou a agropecuária como o fator mais importante em Mato Grosso do Sul. “Agricultura tem que ser prioridade. Percorrendo o País, vi que não há um palmo de chão sem plantar. O agricultor é o que mais ama a terra”, 
afirmou. 

Dias destacou ainda que 40% da área brasileira que pode ser destinada à agricultura está disponível. “Até 2040, teremos 60% a mais de pessoas no mundo para alimentar e precisamos aumentar a produção. É preciso olhar para o campo”, disse, sem explicar o que faria para melhorar no setor. 

Ex-ministro, Aldo Rebelo (SD) visitou a Capital em maio e pontuou a demarcação de terras indígenas. Ele disse que existe um conflito entre brasileiros e índios e isso exige do poder público uma posição de equilíbrio. “Não se pode corrigir injustiças no pretérito e erros fazendo injustiças no presente. Aqui, temos um drama que envolve índios, basta analisar a situação desses nossos irmãos e a taxa de suicídio de algumas dessas comunidades”, avaliou. 

Rebelo contou um fato de quando era ministro do Esporte. “Tentei levar uns equipamentos para a Aldeia de Dourados, mas a descrição que eu recebia dos prefeitos era de muito sofrimento, muito desespero da população indígena. Os índios foram os que ficaram mais distantes do acesso aos direitos sociais”. 

Para ele, não se pode corrigir os erros cometidos contra os indígenas culpando os agricultores. “Eles não podem responder por injustiças feitas há 300 anos. Os brasileiros precisam levar em conta que os índios não são inimigos. As ONGs, Ministério Público e outros que legitimamente defendem as causas indígenas têm que chegar à conclusão de que os fazendeiros não são inimigos”, declarou, sem dar uma solução para o caso, pois, segundo Rebelo, é preciso conhecer a fundo o problema local. 

O discurso do deputado federal e pré-candidato a presidente Jair Bolsonaro (PSL-RJ) com relação aos indígenas é bem diferente do pensamento de Rebelo. Quando esteve em Campo Grande para lançar o ex-deputado estadual Coronel David ao governo, ele falou sobre a demarcação.

“Há interesses escusos nas demarcações. Eles atacam buscando inviabilizar o agronegócio. Índios não querem latifúndios. Se depender de mim, essa política unilateral de demarcar terra indígena por parte do Executivo vai deixar de existir. A reserva que puder diminuir, eu farei”, pontuou.

No primeiro evento do DEM realizado este ano em Campo Grande, em abril, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM), destacou em seu discurso que é preciso ter mais investimentos no agronegócio. “É preciso produzir mais no campo, com custos menores”, declarou.

Maia afirmou ainda que um dos focos de sua gestão é o cuidado com a educação. “Investimos no Ensino Superior igual aos países ricos, mas na educação básica os recursos são menores do que em muitas nações pobres”, analisou.

Também em abril, o dono da rede Riachuelo, Flávio Rocha (PRB), esteve na Capital e ressaltou que o forte de Mato Grosso do Sul é o agronegócio.

“O Estado tem uma área onde o agro está se revelando grandemente e é parte fundamental da nossa economia. Nosso Movimento Brasil 200 trabalha justamente para isso, produção e geração de emprego”, pontuou. 

Também esteve em MS a pré-candidata à vice-Presidência Sônia Guajajara (PSOL).