BAGDÁ
Pelo menos 31 pessoas morreram e 224 ficaram feridas em três atentados suicidas com carros-bomba, dois deles contra as embaixadas do Irã e do Egito, que em um intervalo de poucos minutos estremeceram Bagdá ontem.
O ministro iraquiano das Relações Exteriores, Hoshyar Zebari, afirmou que os ataques têm a “marca” da rede terrorista Al-Qaeda e lembram os atentados dos últimos meses contra hotéis e ministérios. Os ataques aconteceram por volta das 11h20min locais (5h20min de Brasília).
“Os ataques são atentados suicidas contra as embaixadas do Egito e do Irã”, afirmou Qasem Ata, porta-voz do comando militar de Bagdá. Dois atentados com carros-bomba, claramente coordenados, foram executados no bairro de Mansur, zona oeste da capital, que abriga várias embaixadas.
A embaixada do Egito em Mansur foi muito danificada e ficou parcialmente destruída. O outro ataque no bairro atingiu as embaixadas da Alemanha, Espanha e Síria. Minutos depois, outra explosão aconteceu perto da representação diplomática do Irã no bairro de Salhiyeh, centro de Bagdá.
“Vi o caminhão avançar lentamente. Três seguranças abriram fogo para deter o veículo, mas continuou avançando e explodiu”, contou Said Mohammed, que testemunhou o ataque.
O homem-bomba conseguiu passar por vários postos de controle antes de detonar os explosivos, a poucos metros da entrada. Diante da entrada da embaixada iraniana, o pânico tomou conta de todos. Uma cratera de pelo menos cinco metros de diâmetro era visível.
Atentados
Apesar de uma redução considerável da violência no Iraque nos últimos dois anos, os atentados continuam sendo frequentes, especialmente em Bagdá e na cidade de Mossul, norte do país.
O número de vítimas aumentou em março, com 367 pessoas mortas em atentados ou atos de violência, o que representa uma alta em relação ao mês anterior.
Os últimos atentados violentos na capital haviam acontecido no dia das eleições, 7 de março. Mais de 30 pessoas morreram e 110 ficaram feridas em ataques com bombas e morteiros.
Em 27 de março, 52 pessoas morreram e 73 ficaram feridas em dois atentados na região de Baaquba.