A defesa de Luís Alberto Bastos Barbosa, 29 anos, réu confesso da morte da musicista Mayara Amaral, 27, em crime ocorrido em julho do ano passado, vai mudar a estratégia para conseguir penas mais brandas a seu cliente. Na tarde desta terça-feira (17), o advogado Conrado de Souza Passos revelou em entrevista no Fórum de Campo Grande, na região central da Capital, que seu o acusado procurou ajuda médica dias antes do assassinato, que teria sido cometido com ele atordoado sob os efeitos de drogas.
Segundo Passos, há provas da busca de Barbosa por ajuda, inclusive com o pedido para sua internação em uma clínica especializada e consequente tratamento para o vício. Ainda de acordo com o advogado, uma perícia será realizada. Se o resultado for favorável à sua tese, "ele pode ter a pena reduzida ou até mesmo ser inocentado", garantiu.
Ou seja, se a perícia confirmar as intenções da defesa, o juiz Aluizio Pereira dos Santos, responsável pelo caso, pode considerar o acusado com deficiêncuia mental, insano.
A nova estratégia vem às vésperas da segunda audiência sobre o caso, agendada para o próximo dia 30, na 2ª Vara do Tribunal do Júri de Campo Grande. Barbosa deverá ser novamente ouvido.
O CASO
Mayara foi morta a golpes de martelo em um motel na região norte da Capital. Depois seu corpo foi levado para uma estrada vicinal, na região do Inferninho, na saída para Rochedo, onde foi carbonizado.
A morte de Mayara Amaral foi marcada por polêmicas devido a tipificação do crime por parte das autoridades. A Polícia Civil entendeu o crime como latrocínio, roubo seguido de morte, pois Luis havia tentando negociar a venda do carro da vítima por R$ 1 mil. Esta também foi a interpretação final do Ministério Público Estadual (MPE). Em maio, os desembargadores da 1º Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) decidiu por unanimidade que o crime seria julgado como homicídio.
A família reivindicou que os responsáveis pela investigação considerassem a hipótese de feminicídio. O caso teve grande repercussão nas redes sociais e motivou a realização de mobilizações em todo o País contra a violência contra a mulher.