Em ritmo lento, as obras de recapeamento e drenagem da Rua Brilhante, executadas pelo Comando Militar do Oeste (CMO), tiveram prazo de conclusão adiado pela terceira vez. O término das intervenções estava previsto para o dia 18 de novembro, no entanto, foi remarcado para julho de 2019. Enquanto o serviço se arrasta, comerciantes reclamam que o comércio local continua sendo afetado pela demora para concluir a obra.
Conforme o CMO, a data de 18 de novembro havia sido estipulada com base em volumes de serviços que foram acordados com a Prefeitura Municipal de Campo Grande (PMCG) em abril de 2018. Contudo, o município teria verificado a necessidade de aumentar tais volumes, como por exemplo incluir trabalhos de remendo profundo, o que resultou em dilação do prazo.
“Houve intercorrências não previstas em projeto, como o rompimento de tubulações que não aparecem nas plantas da cidade, implicando em necessidade de maior número de dias de trabalho do que o previsto em abril deste ano”, explica nota oficial.
Ainda de acordo com o Comando, as chuvas são outro fator impeditivo para cumprimento do prazo.
“ Em 2018, ele (período chuvoso) teve início de forma antecipada ao histórico da área e se prolongará, salvo engano, até abril do próximo ano, após o qual, as equipes empregarão a totalidade de sua operacionalidade, evitando assim possíveis prejuízos com retrabalhos motivados pela indesejada ação do elevado índice pluviométrico”, justifica o CMO.
DEMORA
A obra de recapeamento do corredor Sudoeste foi iniciada em fevereiro de 2017 e interrompida no fim do ano por causa do período de chuvas. Somente no dia 20 de março deste ano a prefeitura anunciou a retomada do serviço, diante de reclamações sobre o atraso.
Para Greice Kelly Alvez, de 28 anos, que trabalha em uma sorveteria na rua, a obra é necessária, porém a demora atrapalha. “Nós já acostumamos com a obra aqui, mas tem muito cliente que reclama. O certo seria que eles já tivessem terminado, então eles tem que fazer o serviço logo”, afirma.
De acordo com o comerciante Kleber Rogerio da Silva, 21 anos, as vendas diminuíram cerca de 60% desde o início das obras. “É complicado, porque tem dias que eles vem e tem dias que não vem, passam semanas sem aparecer e a gente fica sem entender nada. Por exemplo, acho que tem uns cinco meses que esse trecho está bloqueado, porque tanto tempo?”, questiona Silva, se referindo ao cruzamento da Rua Brilhante com a Hemenegildo Pereira.
O Correio do Estado percorreu a obra e encontrou ao menos quatro trechos bloqueados, asfalto por fazer e bueiros abertos. Apenas duas equipes trabalhavam na obra no momento da visita.
Questionado sobre a questão, o CMO afirmou que o número de equipes varia de acordo com o serviço que está sendo realizado. A assessoria afirma, porém, que, normalmente, seis equipes estão em operação no local, sendo três para drenagem, remendo profundo e asfaltamento, uma administrativa, outra de manutenção e ainda uma sexta de controle da qualidade dos serviços, perfazendo um total de 130 homens.
O QUE FALTA
De acordo com o Comando, até agora, foram realizados 90% do serviço de drenagem, 86% de remendos profundos, 88% do asfaltamento. Restando, portanto, pouco mais de 10% da obra.
No trecho final do corredor sudoeste está planejada a implantação de 943 metros de drenagem, sendo 434 metros na Rua Hermenegildo Pereira, que passa a se chamar José Paes de Farias após a Bandeirantes. No local, já foram implantados 215 metros, entre as Ruas Brigadeiro Tobias e Espanha.
De acordo com engenheiros da Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos (Sisep), a rede vai captar a enxurrada da Brilhante e escoá-la até o Rio Anhanduí pela drenagem já existente na José Paes de Farias.