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BONITO MPE abre inquérito para apurar impacto do uso de agrotóxicos em rios de Bonito Fiscalização constatou que agrotóxico usado em plantação tem contaminado os recursos hídricos 6 JAN 2019 • POR GLAUCEA VACCARI • 16h17

Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) instaurou inquérito civil para apurar danos ambientais causados por atividade agrícola, em que aplicação de agrotóxicos em áreas de proteção permanente tem contaminado os recursos hídricos da região de Bonito, que atrai turistas por conta das águas cristalinas de rios, mas que tem ficado turvos após chuvas. A abertura do procedimento será publicada no Diário Oficial do MPMS de segunda-feira (7).

Fiscalização realizada em setembro do ano passado pela Polícia Militar Ambiental (PMA), constatou que proprietária de uma fazenda do município destruiu e substituiu áreas de preservação permanente (APP) por cultivos de soja e milho. Nascente e um córrego teriam sido valetados entre os anos de 2013 e 2017, sem autorização ambiental. Na época, fazendeira foi multada em R$ 28,8 mil.

Os documentos com as constatações da infração foram encaminhados ao Ministério Público e a 2ª Promotoria de Justiça da Comarca de Bonito instaurou o inquérito civil para apurar os impactos ambientais causados pelas atividades irregulares.

Segundo documentos do inquérito, a propriedade tem área total de aproximadamente 1.146,73 hectares e, atualmente, parte é destinada a pecuária bovina e a outra ao cultivo sazonal de milho e soja.

Além da degradação da área de preservação, há o agravante de que os agrotóxicos utilizados na lavoura são aplicados praticamente dentro da nascente e da valeta, o que acaba por contaminar as águas que escorrem para o córrego que delimita a propriedade, podendo causar, por consequência, a contaminação de outros rios para onde as águas correm.

Grande parte da vegetação foi suprimida para atividades de agropecuária (Foto: Reprodução)

TURVAMENTO

Em novembro, enxurrada com sedimento tomou conta do rio da Prata e deixou a água turva. Suspeita dos órgãos ambientais é que a lama teria escoado de fazenda de plantio de soja, localizado a cerca de 2 km do ponto de impacto do rio. 

Por conta da situação, várias propriedades foram fiscalizadas pela Polícia Militar Ambiental (PMA) e pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul). Na ocasião, duas propriedades rurais foram notificadas, por realizarem manejo de solo sem construção de curvas de nível. Os produtores terão que executar as curvas de nível. 

O estudo pelo do Imasul deverá nortear as ações que serão feitas pelo Poder Público para tentar solucionar o problema na região, que é importante para o turismo do Estado.

Conhecidas por serem cristalinas, as águas do rio voltaram a ficar turvas no começo deste ano.

Ponto em que o Rio da Prata desagua no Rio Formoso (Foto: Divulgação / Governo do Estado)