A disposição do presidente regional do PPS, Athayde Nery, de apoiar a candidatura da senadora Marisa Serrano (PSDB) ao Governo do Estado, divide sua própria sigla. Único vereador do PPS na Capital, Mário César, vice-líder do prefeito Nelsinho Trad (PMDB) na Câmara, defende a continuidade da aliança com o governador André Puccinelli (PMDB). Ele chegou a classificar a posição de Nery como “oportunismo” e disse que se for para romper com o PMDB, o PPS deve entregar desde já os cargos na prefeitura e no Governo. Mário César lembra que, no ano passado, quando o BDR ameaçou romper com o governador, usou a tribuna da Câmara para se manifestar contrário à ideia. Frisando que é membro da Executiva Estadual e não foi convidado a opinar, ele acrescentou que ao dizer que “a tropa está na estrada” para enfrentar Puccinelli na sucessão estadual, o presidente do PPS fala “por conta e risco dele”. “Se o PPS realmente quer romper com André para lançar a senadora Marisa, que é uma excelente pessoa, que entregue os cargos que ocupa com apoio do PMDB”, diz Mário César, citando a Fundação Nacional de Saúde (Funasa), com Flávio Britto; a presidência da Fundação Social do Trabalho (Funsat), com Luiza Ribeiro; a presidência da Fundação Municipal de Cultura (Fundac), com o próprio Athayde Nery; a direção da Escola de Governo e o cargo de secretário estadual adjunto de Administração, com Édio Viegas; e a superintendência estadual do Procon, com Lamartine Ribeiro. O presidente do Diretório Municipal do PPS de Campo Grande, Porto Vanderlei, considera que a sigla deve seguir rumo próprio. “Essa articulação com o PMDB e com qualquer outro partido não é unânime no partido. Há militantes que entendem que o PPS precisa, urgentemente, se posicionar, se apresentar na sociedade com candidaturas próprias, para que vejam o PPS como partido grande, capaz de dar sua contribuição, independente de qualquer outro partido”, disse. (ME)