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PRECAUÇÃO APÓS BRUMADINHO Rompimento de barragens em Corumbá pode afetar comunidade com 19 famílias MS concentra um total de 16 barragens que armazenam resíduos de atividade minerado 28 JAN 2019 • POR LUANA RODRIGUES • 17h14

Mato Grosso do Sul concentra um total de 16 barragens que armazenam resíduos de atividade mineradora. Todas elas estão localizadas no município de Corumbá, mais precisamente no Maciço do Urucum, consideradas de “dano potencial alto”. É próximo deste local que está localizada a comunidade de São Domingos, onde vivem 19 famílias. Esta comunidade seria afetada, caso tragédia que ocorreu em Brumadinho (MG) se repetisse aqui no Estado.

“Não há nada que indique que possível rompimento em Corumbá, mas há uma preocupação no sentido de prevenção. Pois em Brumadinho também não havia nada que indicasse que ocorreria um acidente. Então, nós faremos faremos uma vistoria em todas as barragens para verificar se está tudo em ordem”, explicou Ricardo Eboli, o diretor -presidente do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul.

Conforme Eboli, a fiscalização já começa amanhã e deve percorrer todas as barragens até o dia 31 de janeiro. “Todas essas estruturas tem um sistema de sensores, que avisa em que condição está a barragem. Vamos verificar se estes sistemas estão funcionando e havendo alguma falha, as empresas responsáveis serão notificadas. Também vamos apurar até onde a lama poderia chegar num eventual rompimento, para que possa ser calculada a área afetada”, disse.

Conforme a Agência Nacional de Mineração (ANM), das 16 barragens de Mato Grosso do Sul, somente duas são realmente “grandes”, semelhantes às de Brumadinho (MG). 

Trata-se da Gregório, registrada em nome da Mineração Corumbaense e da Barragem Sul, criada pela mineradora MMX, atualmente inativa. A capacidade da Gregório é de 10 milhões de metros cúbicos de resíduos, e a da Barragem Sul, de 3 milhões de metros cúbicos. Estas duas barragens maiores são consideradas de risco baixo e dano potencial alto.

A manutenção de cada estrutura é de responsabilidade das empresas, enquanto o Poder Público deve fiscalizar a segurança das barragens.

Para evitar desastres no futuro, o presidente do Imasul tem o projeto de criar uma sala de situação, com monitoramento em tempo real. “Dessa forma poderemos fiscalizar simultaneamente a situação dessa estrutura, sem depender das empresas para informarem um possível dano. Poderemos ter um monitoramento constante”, anunciou.

Ainda conforme Eboli, está nos planos a capacitação de equipes dos Bombeiros e Defesa Civil para atuarem em casos extremos. “As barragens são periodicamente vistoriadas, inclusive houve uma simulação de risco no final de 2018, mas a preocupação vai além disso. Queremos saber quais são esses critérios de controle das mineradoras, como funciona o sistema de segurança”, disse.