Deputados da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul temem estoque "monstruoso" de leite em pó da União Europeia e pedem que a ministra da Agricultura Tereza Cristina (DEM) apresente explicações sobre como vai funcionar o aumento de impostos que tem o objetivo de compensar a tarifa antidumping na importação do leite. “Parabenizamos a atuação da ministra nesse conflito, mas queremos saber ao certo como vai funcionar na íntegra essa compensação”, afirmou o deputado João Henrique Catan (PR).
No dia 7 de fevereiro, o Governo Federal anunciou o fim da tarifa antidumping cobrada sobre a importação de leite da União Europeia (UE) e da Nova Zelândia. Pecuaristas contestaram e então, em resposta ao manifesto, a nova proposta é de que o imposto sobre a importação do leite em pó, integral e desnatado da União Europeia aumente.
A proposta é de que a taxa aumente de 28% para 42,8% – o que neutralizaria os efeitos da extinção da tarifa antidumping. “Queremos mais detalhes de como ficará a questão da União Europeia, eles têm estoque monstruoso de leite em pó e podem eliminar nosso mercado. Os produtores estão pedindo socorro”, afirmou Catan.
A não renovação da tarifa antidumping tem sido criticada por alguns parlamentares. Segundo o parlamentar, essa não renovação das tarifas antidumping prejudica os produtores de leite, as cooperativas de produtores e especialmente os pequenos laticínios. “Já temos muitos problemas com o leite em pó procedente dos países vizinhos do Mercosul, principalmente Argentina e Uruguai, e que, de certa forma, causam transtornos a nossa cadeia produtiva”, destacou o deputado do PR.
No decorrer da semana a ministra sul-mato-grossense se manifestou com relação a essa decisão do Ministério da Economia, informando que pretende aumentar o imposto de importação do leite integral em pó e desnatado da Europa e Nova Zelândia. A medida, reforçou ela, visa compensar o fim do antidumping sobre os produtos.