A urbanização de bairros da região Norte de Campo Grande, como o Nova Lima e a Mata do Jacinto, pode ser uma das principais causas de crescimento dos pontos de alagamentos, enchentes e inundações.
Para o professor do curso de Engenharia Civil da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), Enio Arriero Shinma, o crescimento desordenado e a falta de infraestutura urbana são fatores decisivos no agravamento do problema que a cada nova chuva só piora. “As pessoas olham e acham que o problema está aonde inundou e não é ali, e sim na infraestrutura como um todo. Inclusive nas casas, e é complicado falar isso para a população. Toda a falta de infiltração no solo interfere diretamente na situação. A água chega muito rápido até a rua, e no fim se converte em pontos de inundação”.
Shinma, que também é mestre em recursos hídricos e saneamento ambiental, explica que fazer o alargamento dos leitos dos córregos não deve ser uma possível solução para o problema que ocorre principalmente ao longo das avenidas Via Parque (Nelly Martins) e Ernesto Geisel. “É um somatório de fatores. Por exemplo, o Bairro Nova Lima está sendo todo asfaltado, ruas de terra sendo pavimentadas. Em seguinda as pessoas começam a construir mais ali, e água que tinha onde escoar passa a não ter mais. A impermeabilização dos terrenos causam estas inundações, não é só falta de manutenção ou descaso da Prefeitura”, afirma o professor.
O especialista diz que a urbanização da região Norte da cidade, ao longo de pelo menos três anos, pode ter influenciado no aumento dos registros de enchentes, inundações e alagamentos em locais próximos as vias mais afetadas. “A chuva é medida por altura, quando chove 70 milímetros por exemplo, quer dizer que choveu 70 litros de água em cada metro quadrado. Imagina isso na cidade inteira. E acaba que a água vai toda para as áreas mais baixas, essas regiões que estão alagando e inundando”, disse Shinma.