As chuvas fortes e constantes que atingiram a região de Bonito, a 297 quilômetros de Campo Grande, na terça e quarta-feira – foram aproximadamente 140 milímetros –, deixaram turvas as águas do Rio da Prata, um dos mais procurados pelos turistas.
Apesar da água escura, os passeios na cidade não foram cancelados, e os passeios de flutuação no Rio Olho d’Água acontecem normalmente.
O secretário de Meio Ambiente de Bonito, Edmundo Dineli Costa Júnior, apresentou dados ainda maiores sem relação à chuva, que de acordo com ele teria chegado a 160 milímetros em 48 horas. Ele também foi irônico e mostrou-se impaciente ao responder aos questionamentos da reportagem sobre a situação do rio. “Com certeza, está turvo. Estamos falando de chuva que aconteceu dois dias, durante todo o dia. A mídia acordou agora, tivemos um episódio no fim do ano com o rio e os turvamentos que acontecem após grandes volumes de chuva viram notícia. Tem muito sensacionalismo e alarmismo”, disse.
O secretário informou que vive em Bonito há 25 anos e segundo ele toda vez que a chuva é constante e em grande quantidade a água do rio escurece. “Existem problema (com as lavouras), mas dizer que não turvava é mentira. Estou na região desde 1993, o rio turvava com menos lavoura, limpava mais rápido, tem dinâmica diferenciada. As ações deflagradas no fim do ano passado, elas demandam tempo para serem executadas. O povo quer que com três meses que tenha milagre”.
EXPLICAÇÃO
De acordo com o biólogo Breno Teixeira, quando chove acima de 40 milímetros, é comum a água dos rios ficarem turvas. “Isso é um processo natural. Em todo esse período chove muito e a água fica turva. Na terça e na quarta-feira choveu 140 milímetros”.
A chuva em grande quantidade não era registrada há alguns dias. “Não tínhamos chuvas tão fortes como agora, com curto espaço de tempo, mas o rio está respondendo bem”, afirmou Teixeira, que atua na região.
Para a água do Rio da Prata limpar, é preciso parar de chover, principalmente na cabeceira, no Rio Miranda. “Não há como prever quando vai limpar, porque não adianta só parar de chover na região”, disse o biólogo. (RV, colaborou Natalia Yahn)