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PRÁTICA PERIGOSA Mais de 80% da população toma medicação sem prescrição médica Jovens são os que mais se automedicam 30 ABR 2019 • POR ALINE OLIVEIRA • 14h26

Uma pesquisa realizada pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF) apontou estatística preocupante na região Centro-Oeste. Mais de 80% dos cidadãos confirmaram que se automedicaram nos últimos seis meses. O índice é mais alto que a média brasileira, 77%, e o público que mais toma remédio sem prescrição médica são jovens entre 16 e 24 anos. 

As informações nortearão a campanha nacional de conscientização da população, realizada no dia 5 de maio, Dia Nacional do Uso Racional de Medicamentos. Em Campo Grande, a ação acontecerá no shopping Norte Sul Plaza, no dia 4 de maio, por intermédio do Conselho Regional de Farmácia (CRF/MS).

Na ocasião serão realizados testes de glicemia e aferição de pressão e um atendimento especializado de orientação quanto ao uso de medicamentos. Farmacêuticos orientarão a população sobre a forma correta de tomar alguns medicamentos, assim como realizar o descarte adequado de produtos vencidos. 

Acadêmicos e docentes de farmácia farão abordagem do tema com demais estudantes em universidades e alunos de uma escola pública de Campo Grande também receberão palestras de orientação sobre a forma correta do uso e descarte de medicamento vencido. 

"A nossa ideia é estimular os jovens a fazer o procedimento da forma correta e fazer com que eles levem para casa e disseminem esse conhecimento para os demais integrantes da família", destaca a presidente do CRF/MS, Kelle Slavec.

SOBRE A PESQUISA

A execução do levantamento foi feita pelo Instituto Datafolha, apontando os seguintes dados: na região centro-oeste/norte 80% dos entrevistados confirmaram a automedicação, no nordeste 79%, sudeste (77%), sul (71%). Quase metade (47%) se automedica pelo menos uma vez por mês, no centro-oeste/norte (53%), e um quarto (25%) o faz todo dia ou pelo menos uma vez por semana. 

O estudo detectou ainda uma modalidade diferente de automedicação, a partir de medicamentos prescritos. Nesse caso, a pessoa passou pelo profissional da saúde, tem um diagnóstico, recebeu uma receita, mas não usa o medicamento conforme orientado, alterando a dose receitada

Por meio da pesquisa foram identificados, também, os medicamentos mais utilizados pelos brasileiros nos últimos seis meses. É surpreendente o alto índice de utilização de antibióticos (42%), somente superado pelo porcentual declarado para analgésicos e antitérmicos (50%). Em terceiro lugar ficaram os relaxantes musculares (24%). O uso de antibióticos foi maior nas regiões Centro-Oeste e Norte (50%).

*Com informações da Assessoria de Comunicação