Michelle Rossi
Médico do Programa Saúde da Família do posto da Mata do Jacinto, o ginecologista e obstreta Wilson Roberto Cardoso Farias é acusado de ter abusado de pelo menos duas pacientes e, por este motivo, recebeu censura pública do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM/MS). O edital onde consta a punição, considerada gravíssima – é abaixo apenas da cassação do diploma – foi publicada na edição de ontem do Correio do Estado.
O processo é de número 10/2006, conforme o edital, que torna pública a pena “por infração aos arts 2º, 4º, 6º, 45, 63 e 65 do Código de Ética Médica (comete infração ética médico que pratica atos libidinosos com clientes e não responde aos chamados do Conselho”.
Raríssima
A medida disciplinar dessa natureza, de acordo com o assessor jurídico do CRM/MS, André Borges, é raríssima, não sendo tomada nos últimos dez anos. Afirmou que o ato do qual o médico é acusado merece repúdio da classe, uma vez que contribui para liquidar com a confiança entre o profissional e o paciente. “O Conselho lamenta muito esse tipo de ocorrência”, afirmou.
O médico, em princípio, não teria acatado a intimação para se defender das denúncias perante o conselho. Posteriormente, atendeu a convocação.
Segundo ainda informações do assessor jurídico, o médico recorreu ao Conselho Federal de Medicina na tentativa de reverter a decisão, mas não obteve sucesso.
Sabe-se que as vítimas registraram queixa na polícia e ação penal estaria tramitando em segredo de Justiça.
O presidente do CRM/MS, Antônio Carlos Bilo, que assina a nota, não concedeu entrevista sobre o assunto por estar fora do Estado.