O terceiro setor mais importante do comércio varejista, em termos de geração de tributo e receita é o de combustíveis e lubrificantes. Juntos movimentam R$ 267 bilhões em vendas, além de ocuparem o segundo lugar de maior empregadores do Brasil.
Os dados apresentados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e foram apresentados na justificativa da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), para explicar a criação da Câmara Brasileira do Comércio de Combustíveis (CBCC).
A formalização do grupo aconteceu na primeira semana de julho e segundo informações do presidente da CNC, José Roberto Tadros, terá participação ativa nos debates sobre valores, tributação e reajustes.
“O sistema empresarial é resultado da congregação de estudos, esforços e determinação em cada segmento que representa. E vivemos um momento em que o governo sinaliza o propósito de entrar no sistema capitalista em caráter definitivo. Por isso, como agentes criadores do desenvolvimento e geradores de empregos, temos que estar à frente, trabalhando para que haja no Brasil um ambiente de negócios favorável", argumenta.
No próximo dia 28 de agosto, durante evento realizado na Câmara dos Deputados, será apresentada a primeira pauta de prioridades, idealizada por um grupo de trabalho formado por técnicos da CNC, Federação Nacional das Distribuidoras de Combustíveis, Gás Natural e Biocombustíveis (Brasilcom) e Federação Nacional do Comércio de Combustíveis e de Lubrificantes (Fecombustíveis).
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O vice-presidente Administrativo da CNC, Luiz Gastão Bittencourt, apontou a relevância da CBCC, que trata de um tema estratégico por influenciar toda a cadeia dos demais segmentos do comércio.
“Este setor norteia a vida de todos nós, porque mexe com consumidores em todas as cadeias produtivas do País, desde o agronegócio, indústria, até o comércio. E talvez seja o setor que mais traz em seu bojo os reflexos dos tributos federais, que controla os impostos em cima de um setor, afetando toda a cadeia produtiva. A discussão é necessária”, reforça o empresário.
Para o chefe da Divisão Econômica da CNC, Fabio Bentes, dentro do varejo, o segmento de combustíveis e lubrificantes está em duas pontas. Se de um lado é um dos mais importantes empregadores, do outro é o mais impactado pela tributação.
“Na média, para a economia brasileira, a carga tributária é de 33%, enquanto no segmento de combustíveis, em alguns casos, passa dos 50%, variando de estado para estado. A população tem uma percepção negativa do setor, que o empresário tem uma margem ‘gorda’ no preço final, o que não é verdade. A margem de comercialização é a mais baixa do varejo, em torno de 17%”, explicou o economista.