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UNIVERSIDADE SEM DINHEIRO Com risco de ficar sem água e luz, UFMS pode suspender aulas Marcelo Turine, reitor da instituição, afirma que pagamento de contas está comprometido 9 JUL 2019 • POR LUANA RODRIGUES • 08h37

A Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) corre o risco de ter as aulas suspensas em decorrência do corte de aproximadamente R$ 30 milhões em recursos para custeio e investimento, determinando pelo Ministério da Educação (MEC) em abril. O anúncio sobre o risco de suspensão das aulas foi feito ontem pelo reitor da instituição, Marcelo Turine. 

O reitor afirmou que a partir do mês de agosto a universidade não terá condições de honrar com os pagamentos de água e energia elétrica e, por isso, existe o risco de as aulas serem suspensas. “Se as concessionárias não tiverem esse bom senso em relação à universidade, que é um período transitório, a princípio, sim, [há risco de suspensão das aulas]. Nós estamos conversando com a Águas Guariroba, em Campo Grande, e com a Energisa, para que, se houver um atraso de dois a três meses, para que elas não façam o corte e não prejudiquem a educação e os laboratórios de pesquisa, que são estratégicos para Mato Grosso do Sul e para a competitividade do Brasil como um todo”, comentou em entrevista à TV Morena, emissora filiada à Rede Globo.

NÚMEROS ABSOLUTOS

Questionada pelo Correio do Estado, a UFMS informou que recebe, anualmente, R$ 902.304.354,00, distribuídos em pessoal – R$ 690.365.204,00; custeio – R$ 183.001.589,00, composto de recursos do Tesouro, recursos próprios e de emenda parlamentar; e capital/investimento – R$ 28.937.561,00.

Ainda conforme a universidade, o valor bloqueado corresponde a 30% das despesas de custeio e investimento dos recursos do Tesouro, um total R$ 29.784.641,00.

A instituição informa ainda que os recursos disponíveisgarantem o pagamento dos contratos até agosto de 2019 e que, se não houver liberação de novos recursos, poderá haver restrição à autorização de novos projetos, limitação de viagens, novas campanhas de racionamento de energia e água, redução dos recursos para funcionamento das faculdades, institutos e cursos. “A não liberação de novos recursos poderá comprometer o pagamento dos contratos de toda a prestação de serviços. A instituição poderá ficar sem atividades se não ocorrer a liberação de novos recursos, o que poderá ocasionar a interrupção de fornecimento dos serviços que comprometam as atividades da instituição”, diz nota da universidade.

CORTES

O corte de verba nas instituições federais de ensino ultrapassa os R$ 59,1 milhões em Mato Grosso do Sul. O anúncio foi feito pelo ministro da Educação em abril e atinge todas as universidades e institutos federais do País.

Em nota emitida na época, a UFMS já havia anunciado que enfrentaria sérias dificuldades para honrar seus contratos de manutenção, como pagamentos de energia elétrica, água, telefone, segurança, manutenção e conservação predial”. 

Já o bloqueio de recursos de investimentos “prejudicará as atividades de ensino de graduação e pós-graduação, pesquisa e extensão”.