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ALUNOS ESPECIAIS Prefeito diz que substitutos são mais capacitados que professores Professores atendem cerca de 2.500 crianças com diferentes graus de deficiência 18 JUL 2019 • POR EDUARDO PENEDO e IZABELA JORNADA • 13h00

O prefeito de Campo Grande Marcos Trad (PSD) criticou os educadores que fazem parte dos Auxiliares de Educacional Especializado (APE’s) que foram indicações políticas. “Apoiadores inclusivos são mais qualificados que eles {professores de alunos especiais}” disse prefeito durante assinatura do contrato de reforma e ampliação do aeroporto de Campo Grande. 

Trad explicou que esses educadores passaram por um processo seletivo e os mais aptos continuaram. “Aqueles que foram indicação política agora terão que entrar por mérito” disse prefeito sobre professores de alunos especiais que serão substituídos.” 

O prefeito explica que o Brasil está passando por uma reforma moral onde a população não quer mais a política velha cheia de cargos com indicações políticas.” Brasil tá passando por reforma moral e só vai entrar os que fizeram processo seletivo aquela por mérito. Você prefere que seu filho seja atendido por aqueles que foram indicados políticos ou por aqueles que entraram por mérito?”, questiona Trad. 

Os pais dos alunos com dificuldades de aprendizado estão apreensivos com a decisão da Prefeitura de Campo Grande em retirar os APE`s, pois eles acompanham cerca de 2.500 crianças com diferentes graus de deficiência intelectual, as quais precisam de suporte pedagógico nas atividades escolares. No dia 16, pelo menos 50 pessoas fizeram protesto em frente ao Ministério Público Estadual (MPE).  

Segundo pais e docentes afetados, os professores dispensados passaram por processo seletivo no começo de 2019 e tinham prazo de contrato de um ano, podendo se estendido em até dois anos. Com formação acadêmica e especialização na área, os profissionais afastados recebiam R$3,2 mil e tinham carga horária de 20 horas semanais. Serão contratados estagiários com ensino médio completo ou curso superior na área em andamento, que receberão R$1,9 mil e terão carga horária de 40 horas semanais.   

De acordo com as mães, o processo de adaptação ao professor é longo e sofrido para uma criança especial e mudanças bruscas podem trazer prejuízos educacionais e emocionais.  

Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (Semed) informou que não possui o número de profissionais que serão desligados, e afirma que “os alunos não ficarão sem assistência, pois continuarão recebendo atendimento especializado, o qual se dará por meio de profissionais devidamente acompanhados e capacitados pela equipe técnica da Divisão de Educação Especial da Reme. Também serão oferecidos aos profissionais selecionados em processo seletivo, cursos, formações continuadas, além de recursos pedagógicos de acordo com a especificidade de cada aluno”. 

O texto diz ainda que as crianças com comprometimento severo continuarão sendo atendidas pelos APEs.