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PERIGO Com tempo seco, incidência de queimadas aumenta 30% Desde o início do ano foram 1,9 mil casos 24 JUL 2019 • POR EDUARDO PENEDO • 09h12

Tempo seco, falta de conscientização e influência cultural: tudo isso contribuiu para o aumento de 30% nos casos de incêndio em Campo Grande. Entre janeiro e o dia 23 de junho deste, ano o Corpo de Bombeiros registrou 1.927 casos, enquanto no mesmo período do ano passado foram 1.516 casos. No Estado, o aumento foi de 3% no mesmo período, passando de 2.996 casos para 3.072.

Nos últimos três dias, a umidade relativa do ar ficou em torno de 20%, fato que contribui para a proliferação do fogo. Como o registrado ontem a tarde na Avenida Guaicurus, no Jardim Itamaracá, que mobilizou pelo menos três equipes do Corpo de Bombeiros para apagar o incêndio em vegetação. 

O tenente-coronel Waldemir Moreira Junior, responsável pela área de combate a incêndios do Corpo de Bombeiros do Estado, informou que quase a totalidade das queimadas são provocadas pela população, e com o tempo seco, o fogo se espalha mais rápido. “Quase que 90% das queimadas é provocada por humanos. Isso é um ato cultural. É mais barato colocar fogo em terrenos para limpar do que contratar alguém para carpir ou colocar em um saco de lixo. Muitos se esquecem que é crime colocar fogo em terrenos baldios”.

Moreira explica ainda que desde março é feito um plano para combate e prevenção de queimadas e que, no dia 1° de abril, foi posto em prática em todo o Estado. “Nós começamos com trabalhos de conscientização em abril e maio. Já em junho, devido ao período seco, houve muitos casos de incêndio. Nós atendemos cerca de 30 por dia, que superou o número de atendimentos comparado ao ano passado. No começo do mês houve uma diminuição em razão das chuvas e agora voltou a acontecer vários. Nossa expectativa é que em agosto a gente volte a atender 30 casos por dia como em junho”, explica. 

Desde junho, o Corpo de Bombeiros está com equipes extras para o combate de incêndio e com a equipe de Guarnição de Combate a Incêndio Florestal (GCIF). “Nós temos duas equipes da GCIF de prontidão para ajudar a combater os incêndios em terrenos e vegetações”, completa. 

SAÚDE

O médico pediatra Alberto Jorge Félix diz que a principal orientação para passar pelo tempo seco e o período de muitas queimadas é se hidratar tomando muita água. “Com o tempo seco é necessário tomar algumas medidas de prevenção para doenças que acontecem nesse período, como gripes, resfriados, sinusite, renite e pneumonia. Uma delas é a hidratação tomando de três a quatro litros de água por dia. Hidratar as narinas com soro fisiológico com frequência; umidificar o quarto é fundamental com toalhas molhadas, chão molhado”. Ele atende entre 30 a 40 crianças por dia com problemas relacionados ao tempo seco.