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NOVO CENTRO Na 14 de Julho, lojistas trocam insatisfação por otimismo Conforme a prefeitura, 85% do serviço já está finalizado, o que tem deixado o comércio otimista 21 AGO 2019 • POR FÁBIO ORUÊ • 09h56

Faltando cerca de três meses para a entrega das obras do Reviva Campo Grande, que deve acontecer em novembro, os comerciantes da Rua 14 de Julho trocaram o descontentamento que era visto no começo do ano – quando as intervenções eram feitas nas principais quadras da via – pela esperança de que o futuro será próspero.

Depois de verem as vendas despencarem, os lojistas acompanham a finalização das obras com otimismo. Gerente de uma loja de utensílios na 14, Milene Alves, 25 anos, contou que tem esperança de que os campo-grandenses voltem a consumir no centro. “Nós tivemos um prejuízo de 70% e precisamos recuperar. A gente pensa em fazer promoções para chamar o público quando tudo ficar pronto”, disse.

Já a gerente de uma loja de roupas Samara Silva, 19 anos, acredita que a solução para acabar com a falta de movimento seja a divulgação. “Eu acredito que [o reviva Campo Grande] seja uma melhoria tanto para nós lojistas quanto para o público”, argumentou.

Ainda que a parte elétrica esteja sendo finalizada e os operários e eletricistas trabalhem nas calçadas, que também têm partes interditadas e inacabadas, os comerciantes já notaram uma mudança no movimento da área central. “Nós tivemos uma redução de 50% nas vendas desde que as obras começaram, então, a nossa expectativa é de que agora melhore, e muito”, disse.

Os comerciantes enfrentaram meses de poeira e terra, enquanto operários trabalhavam no subterrâneo. Além disso, quando as calçadas estavam sendo reformadas, os pedestres não tinham por onde passar e precisavam usar o asfalto para transitar no centro.

Conforme a gerente de uma loja de roupas que preferiu não ser identificada, os clientes reclamavam muito das obras, o que fez com que deixassem de frequentar o centro da Capital. No entanto, com o andamento das etapas, ela contou à reportagem que também percebeu o aumento no movimento e que os clientes estão dando retorno positivo.
“A gente ouve bastante [os clientes] e eles falam que tá ficando mais bonito, que está bem iluminado à noite, mais seguro. A nossa expectativa é de que aumente mais”, disse. 

Além disso, os dirigentes desta loja pensam em estender o horário de atendimento para receber o público que pode ir ao centro no período da noite. O objetivo é recuperar as vendas, que baixaram em cerca de 60%.

ANDAMENTO 

Atualmente, as obras do Reviva Centro se concentram na 14 de Julho, entre a Avenida Afonso Pena e a Rua Dom Aquino. A quadra entre a Rua Barão do Rio Branco e a Dom Aquino está interditada para a passagem de veículos.

Com 85% das obras concluídas, faltam apenas os setores de pavimentação da pista de rolamento e pavimentação das calçadas (75%), rede elétrica, telecomunicação (95%), rede de iluminação pública e infraestrutura para a Agência Municipal de Transporte e Trânsito (Agetran), segurança e TI, com quase 90%.  

Conforme relatório da Engepar, empresa responsável pela intervenção, os trabalhos que ainda estão no início da execução são o setor de mobiliário urbano, 58%, e sinalização viária, com 10%.

 A 14 passa por obras em uma extensão de 1.400 metros, da Avenida Fernando Corrêa da Costa até a Avenida Mato Grosso. A conclusão dos espaços se dará com a retirada dos postes e a implantação do paisagismo. A requalificação já teve instalação de luminárias com LED, Wi-Fi, câmeras de segurança e preservação do patrimônio histórico cultural.

Um das principais vias da cidade, a 14 de Julho passa por alargamento das calçadas, instalação de mobiliário urbano, retirada dos postes, embutimento da rede, instalação de canaletas, totens especiais, galerias subterrâneas para abrigar a fiação, além do projeto de paisagismo. 

ADITIVO

Ainda está em análise o pedido de aditivo para a obra, solicitado pela empresa que venceu a licitação, Engepar Engenharia, da prefeitura. O Correio do Estado publicou reportagem sobre a intenção da empresa de receber o valor adicional no dia 18 de março deste ano. 

A prefeitura informou que a análise do pedido foi encaminhada a um especialista do Banco Interamericano do Desenvolvimento (BID) e desde então, diante de críticas da população, nada mais foi informado sobre o assunto.