A facilitação do crédito imobiliário entra como a cura para a causa da retração econômica. Não é uma “adrenalina na veia”, como o FGTS, mas uma terapia, de longo prazo.
O anúncio da redução da taxa de juros para a compra de imóveis, que começou nos bancos públicos, e deve ganhar força nos bancos privados ao longo da semana, é muito bem-vindo. Aliás, a facilitação do crédito imobiliário está, certamente, no rol dos acertos da gestão de Jair Bolsonaro, que teve início em janeiro último.
No mês passado, o ministro da Economia, Paulo Guedes, anunciou a possibilidade de saques do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) de até R$ 500, medida que promete aumentar a liquidez no mercado. Em Mato Grosso do Sul, são mais de R$ 500 milhões que serão disponibilizados, uma quantia importante para inverter o quadro recessivo constatado pelos economistas no segundo trimestre. Em uma analogia, os saques do FGTS são como uma injeção de adrenalina na veia de um paciente que está com o coração prestes a parar de bater. Esta injeção, porém, apenas ajuda o paciente a se recuperar, e não age na causa do problema.
A facilitação do crédito imobiliário entra como a cura para a causa da retração econômica. Não é uma “adrenalina na veia”, como o FGTS, mas uma terapia, de longo prazo, inclusive. É importantíssimo lembrar que a redução dos juros para a compra de imóveis, poderá ter uma consequência determinante na retomada de um setor que é considerado, quase sempre, o motor da economia: a construção civil.
A indústria da construção civil tem o poder de multiplicar e distribuir a renda. O lançamento de imóveis, a realização de obras e reformas, demandam um grande contingente de trabalhadores, de todas as classes, e de todas as qualificações possíveis. Do engenheiro ao ajudante de pedreiro, todos recebem, e todos têm seu valor na escala de produção. Mas não é só isso.
Quando aumentam os lançamentos, as reformas, e as transações imobiliárias envolvendo compra e venda de casas, apartamentos ou terrenos, o setor de serviços, como imobiliárias, corretoras, e agentes bancários, também ganham. Não estamos falando de outros setores ligados ao consumo: móveis, eletrodomésticos, decoração.
Existem ainda mais exemplos. Mas estes citados acima, são o suficiente para perceber como a retomada da construção civil, poderá ser um remédio para que a economia brasileira saia de seu quadro recessivo do último trimestre.
Sobre a redução dos juros aplicados pelos bancos, e a troca do indexador de correção, entre o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no lugar da Taxa Referencial (TR), o consumidor deve ficar atento, e sempre usar o custo efetivo total dos empréstimos ao fazer a comparação. O mais importante para o mercado, é que as pessoas façam bons negócios, é disso que a economia sul-mato-grossense e a economia brasileira precisa.