O valor do gás natural cobrado dos 9,7 mil clientes da MSGás deve cair entre 20% e 30% com a conclusão da chamada pública para transporte de gás pelos dutos da Transportadora Brasileira Gasoduto Bolívia-Brasil (TBG) e com o novo contrato de compra do fluído, a ser concretizado em julho do próximo ano.
Essa redução ainda depende do resultado da chamada pública aberta pela TBG, que vai terminar no dia 20 de dezembro, da qual a estatal sul-mato-grossense participa disputando o transporte de gás natural com outras 13 empresas que manifestaram interesse em fazer esse serviço a partir de janeiro de 2020, quando se encerra o contrato da TBG com a Petrobras.
Esse processo integra o projeto do governo federal para reduzir o valor médio do gás natural. Na prática, a medida consiste em acabar com o monopólio da Petrobras na venda de gás, permitindo a concorrência entre diversas empresas. Para tanto, em junho, o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) aprovou resolução para abrir o mercado de transporte e distribuição de gás natural.
Outro fator é o fim do atual contrato de compra de gás pela MSGás, que vai até junho de 2020. A estatal já começa a discutir um novo acordo com as empresas que abastecem os dutos da TBG, que são a YPFB, Shell, Petrobras e Total, para definir um valor menor pelo produto. Tanto que na terça-feira (10) representantes da empresa Boliviana YPFB mantiveram reunião com diretores da companhia sul-mato-grossense.
Essa queda de custo deve atingir sobretudo os principais consumidores do gás natural, entre eles, a indústria e o setor de energia termelétrica, porém, a expectativa do governo federal é de que essa redução seja repassada ao consumidor final. A queda no preço também deve chegar ao consumidor pessoa física, como moradores de condomínio, e também proprietários de veículos movidos a gás natural. A provável redução deve, inclusive, tornar o combustível mais competitivo no mercado.
Nesse caminho que a MSGás tenta seguir, de acordo com o diretor-presidente Rudel Trindade Júnior, “O governo do Estado busca um preço final do gás menor para o consumidor com a reformulação dos contratos de transporte e compra da molécula de gás, buscamos uma redução no preço final entre 20% e 30%”, enfatizou Rudel Trindade Júnior, explicando que também estão sendo discutidos alguns dispositivos para “não impactar tanto o consumidor em virtude de variações cambiais. São mecanismos para amortecer essas variações”.
COMPLEXIDADE
O mercado de gás natural é complexo. Existem empresas que fornecem o gás, que carregam os dutos com o produto.
Outras empresas são responsáveis pelo transporte e recebem por esse serviço. Por último, tem as empresas distribuidoras, caso da MSGás, que leva o fluido até o consumidor final. A MSGás, que agora está na disputa pelo transporte do gás, muda parcialmente seu perfil. Deverá atuar no transporte e na distribuição.