Vivemos uma enxurrada de notícias e informações que, em alguns casos, são mentiras ou fake news, como se diz modernamente. Com a popularização das redes sociais e dos aplicativos de troca de informações via celular cada vez mais utilizados, a possibilidade de informações falsas e mentirosas cresce exponencialmente. Eleições são vencidas ou perdidas, carreiras artísticas e esportivas são comprometidas e até profissionais experientes do meio jornalístico e intelectual são alvos nessa rede. Mas se você pensa que essas situações são frutos da internet e da modernidade, engana-se. Historicamente, algumas fake news geraram extrema confusão para as pessoas das mais variadas épocas e sociedades.
Um exemplo aconteceu em 2003, durante a Segunda Guerra do Golfo. Os Estados Unidos acusaram o Iraque de possuir armas de destruição em massa, com o intuito de obter a autorização da ONU para invadi-lo. Mas de onde surgiu essa ideia?
Nos anos 1980, o ditador Saddam Hussein utilizou armas químicas na guerra contra o Irã e também para combater os curdos em seu próprio país. Mas quem teria fornecido essas armas, uma vez que o Iraque não tinha tecnologia para produzi-las? Nos anos 1990, com a Primeira Guerra do Golfo, o presidente George Bush, não conseguiu seu objetivo principal: derrubar o ditador Saddam Hussein do poder. Após os atentados de 11 de setembro de 2001, George W. Bush desencadeou uma intensa campanha para a guerra total contra o terror. Mas como associar o Iraque a Osama Bin Laden? Sob qual justificativa esse país seria invadido?
A imprensa estadunidense e inglesa diariamente “bombardeavam” a população com notícias sobre a capacidade do Iraque de construir armas químicas e até nucleares que um dia poderiam atingir o Ocidente. Na época, inclusive, foi apresentada uma animação que “provava” a existência de bases que fabricavam essas armas. Fato é que os inspetores da ONU nunca encontraram esses arsenais em suas inspeções no Iraque. Mesmo sem provas concretas, os Estados Unidos invadiram o Iraque e Saddam foi deposto e executado logo em seguida. E armas de destruição em massa?
As fake news não são de hoje – e até as mais inocentes e despretensiosas podem ser muito perigosas, pois a maioria das pessoas apenas aceita como verdadeiro e reproduze o que vê sem contestar ou confirmar. Mas neste mundo moderno, com as facilidades das redes sociais, como evitar que um parente receba pelo WhatsApp uma informação e a repasse no grupo da família como verdade absoluta? Veja alguns conselhos:
1) Não repasse alertas. Existem sites especializados e boletins confiáveis que divulgam alertas e denúncias sobre vírus, ameaças e vulnerabilidades de segurança.
2) Faça uma análise crítica do que receber. Tenha a curiosidade de entrar em buscadores e pesquisar sobre a suposta ameaça no “alerta” recebido. Se for mentira, rapidamente você encontrará várias páginas denunciando o falso alerta.
3) Por último, o e-mail, WhatsApp, Twitter, redes sociais pessoais não são meios confiáveis, nem tampouco adequados, de divulgação em massa. Lembre-se que estas informações no mundo digital ganham uma proporção incomodativamente maior, mais promíscua e, muitas vezes, criminosa.