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INTERNACIONAL Câmara pretende ouvir autor da denúncia contra Trump Democratas acusaram Trump de pressionar um aliado vulnerável dos EUA 30 SET 2019 • POR ESTADÃO CONTEÚDO • 22h00

O inquérito de impeachment da Câmara dos Deputados dos Estados Unidos sobre o presidente Donald Trump, provocado por um pedido para que um país estrangeiro investigasse um rival político, deve se intensificar nesta semana com depoimentos de testemunhas a respeito de alegações feitas por um delator do setor de inteligência do país. O presidente da Comissão de Inteligência da Câmara, o democratra Adam Schiff, disse no domingo que o autor da denúncia contra o presidente deverá ser ouvido "muito em breve" pelo comitê, sem especificar quando.

A denúncia cita uma conversa telefônica de 25 de julho na qual Trump pediu ao presidente ucraniano, Volodmir Zelenski, para investigar Joe Biden, um dos pré-candidatos democratas favoritos para desafiá-lo em 2020, e seu filho, Hunter, que fez parte do conselho de uma empresa de gás da Ucrânia.

Democratas acusaram Trump de pressionar um aliado vulnerável dos EUA para obter informações comprometedoras sobre um adversário político e obter uma vantagem pessoal. O telefonema de 25 de julho ocorreu depois de Trump congelar quase US$ 400 milhões em ajuda concebida para auxiliar a Ucrânia a lidar com uma insurgência de separatistas apoiados pela Rússia no leste do país. A ajuda foi concedida mais tarde.

A Comissão de Inteligência da Câmara, de maioria democrata, está comandando o inquérito de impeachment, que pode levar à aprovação de "artigos de impeachment" contra o presidente republicano e a um julgamento subsequente no Senado, de maioria republicana, para se decidir se Trump deve ser retirado do cargo

Embora o Congresso esteja em um recesso de duas semanas, membros da comissão retornarão ao Capitólio nesta semana para levar adiante a investigação que provavelmente produzirá novas intimações por documentos e outros materiais.

A comissão agendou para sexta-feira uma audiência a portas fechadas com o inspetor-geral da comunidade de Inteligência, Michael Atkinson, que concluiu que a queixa do delator era um assunto urgente e parecia crível.

O primeiro depoimento que os investigadores da Câmara devem ouvir é o de duas pessoas mencionadas na denúncia do delator.

Enquanto os democratas seguem adiante com o processo, uma nova pesquisa de opinião divulgada pelo canal CBS News mostrou que, pela primeira vez, mais da medade dos americanos entrevistados - 55% - afirmou que apoia o inquérito de impeachment. A mudança de cenário, com uma maioria apoiando uma investigação que pode levar à destituição do presidente, é preocupante para a Casa Branca, que até agora vinha se baseando no argumento de que os americanos eram contra destituir Trump. / COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS