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PAUSA NAS OBRAS Depois de quatro meses fechado, Parque das Nações será reaberto Lago principal estava sendo dessassoriado 9 OUT 2019 • POR FÁBIO ORUÊ • 17h27

Fechado para o público desde o início das obras no lago menor, em 11 de junho deste ano, o Parque das Nações Indígenas, nos altos da Avenida Afonso Pena, deve ser reaberto nesta quinta-feira (10), segundo o Secretário Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck. Em coletiva na tarde de hoje (9), na barragem do lago maior, Verruck informou, porém, que a reabertura será temporária, já que é preciso obras nos Córregos Joaquim Português e Réveillon, para evitar o desassoreamento futuro do lago. 

“Nós vamos liberar a partir de amanhã; vamos também ligar a iluminação porque toda essa parte aqui tava sem iluminação, dificultando o acesso das pessoas, então a partir de amanhã vai ser a iluminação e a abertura dos portões. Só vamos manter fechado ainda hoje para observar o enchimento do lago”, disse o secretário na ocasião. O lago deve estar cheio em 48h, porém como amanhã o parque já estará aberto, o campo-grandense vai poder acompanhar parte deste processo. Segundo Verruck, que acompanhou o fechamento da comporta para o preenchimento do lago, a estimativa dos técnicos é que o lago não alcance sua total capacidade, por conta do baixo volume de água que desce do córrego Joaquim Português. Para encher, devem ser necessários cerca de 68 mil metros cúbicos de água.

O ato é para que a população possa usufruir do local enquanto os processos licitatórios das obras dos córregos adjacentes são lançados. “Nós vamos licitar essa obra e assim que terminar a ordem de serviço, nós vamos novamente secar o lago para poder mexer. Então nós vamos encher para dar condições de uso aqui do parque e depois vamos novamente reduzir a água para que pra fazer a obra. O processo licitatório deve demorar em torno de 60 dias. Essa obra de reforço dos gabiões é necessária para que a gente tenha uma tranquilidade futura”, explicou o secretário. 

As medidas para as obras no parque foram anunciadas depois de comoção gerada entre os mais de 2 mil frequentadores do Parque, pelo temor de que o lago desaparecesse, já que um grande banco de sedimentos se formou em um dos principais cartões postais da Capital.  O processo de desassoreamento necessitou da secagem do lago e, com isto, alguns peixes acabaram morrendo, mesmo com a transferência natural de alguns dos animais para um lago menor. Verruck garantiu que os peixes maiores, que foram retirados, só voltam quando as obras de reforço no gabião forem concluídas.

TRABALHO

Inicialmente a retirada de sentimentos do lago seria concluída apenas em outubro. Mas acabou ocorrendo no mês de agosto, na tentativa da prefeitura de entregar a intervenção como parte das ações comemorativas aos 120 anos de Campo Grande. Porém, a conclusão do serviço acabou não ocorrendo.

No total foram retirados 135 mil metros de areia, numa operação que exigiu 12.500 viagens de caminhão até o local de descarte, nos fundos do Centro de Triagem e Encaminhamento do Migrante e População de Rua (Cetremi), no Parque dos Poderes. Sobrou apenas o piso compactado do lago (que tem de 3 a 5 metros de profundidade), que não pode retirado porque está sobre um solo brejoso natural. Os filetes de água em toda sua extensão compõe o leito natural do Córrego Prosa.

Do lago principal, que se espalha por 5 hectares, foram retirados aproximadamente 115 mil metros de cúbicos de areia, o que exigiu 11 mil viagens de caminhão. O trabalho no lago menor, iniciado dia 11 de junho,  terminou duas semanas depois, dia 25. Foram retirados 15.474 metros cúbicos de areia, exigindo 1.500 viagens de caminhão.

A recuperação dos lagos do  Parque das Nações Indígenas exige investimento de R$ 8 milhões, recurso da prefeitura (R$ 5 milhões ) e do Governo do Estado (R$ 3 milhões).  O projeto inclui a construção de um piscinão no Córrego Réveillon, na esquina das avenidas Mato Grosso com Hiroshima; obras de controle de erosão e recomposição vegetal das margens do Córrego  Joaquim Português; e implantação de uma comporta de regulação do nível do lago, tão logo o desassoreamento esteja concluído.

Para evitar que os lagos voltem a ficar  assoreados , com o carreamento de areia junto com a enxurrada  que desce dos bairros do entorno do Parque dos Poderes, serão executados dois projetos  nos córregos Réveillon e Joaquim Português, cujas águas formam o lago.

No Réveillon, a Prefeitura implantará um piscinão, inicialmente projetado para armazenagem de 22 mil metros cúbicos de água. No Joaquim Português,  o Governo do Estado vai executar obras de controle de erosão e replantio da vegetação nas margens. Os projetos já estão sendo contratados e a licitações devem ocorrer até dezembro de 2019.

Com as intervenções programadas, segundo Rudi Fiorese, além de recuperar o cartão postal da Capital, os lagos terão um papel importante no controle de enchentes de afluentes do Córrego Prosa, que em dias de chuva mais intensa, transbordam na região do Shopping Campo Grande.  Terão capacidade para armazenar 65 mil metros cúbicos de água, o equivalente a três vezes a capacidade do piscinão que será construído nos altos da Avenida Mato Grosso.

*Colaborou Natalia Yahn