O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, insiste em segurar a tramitação do projeto que autoriza a prisão após condenação em segunda instância para esperar a Câmara votar uma proposta sobre o tema.
Ontem, a presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Simone Tebet (MDB-MS), anunciou que colocaria o projeto para a próxima sessão do colegiado. Alcolumbre, por sua vez, anunciou sessões do Congresso Nacional ao longo da próxima semana, colocando em risco o funcionamento da comissão.
Em entrevista, o presidente do Senado argumentou que continua defendendo um acordo com a Câmara para a construção de um texto em consenso com os deputados. A negociação foi feita em reunião na semana passada. "Eu vou tentar ouvir os senadores para ver qual é o procedimento. Na minha cabeça, tem um procedimento estabelecido", disse Alcolumbre.
No Senado, apenas dois líderes partidários foram contra o acordo de Alcolumbre com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ): PSL e Podemos. Os senadores favoráveis à proposta, no entanto, afirmam que a maioria da Casa quer votar a proposta, na contramão do que pensam os líderes das bancadas. O impasse gerou uma revolta de liderados, que se estendeu para aliados de Alcolumbre.
Perguntado sobre o apelo dos liderados, Alcolumbre reagiu. "Os liderados substituem os seus líderes para o ano que vem, que esse ano não dá mais", respondeu.
Simone Tebet, por sua vez, manteve a posição de votar a proposta, mesmo se a realização de sessões do Congresso atrapalhar. "De qualquer forma, eu estou pautando na CCJ. Está tudo certo", declarou, acrescentando que a sessão da CCJ vai acontecer "em um horário ou em outro".