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CORUMBÁ Comitê investigará descarrilamento que causou morte de professora Seis vagões desgovernados de empresa boliviana atingiram três carros e uma motocicleta em passagem da linha férrea 5 DEZ 2019 • POR DAIANY ALBUQUERQUE • 12h34

O descarrilamento de seis vagões da Ferrovia Oriental, empresa de transporte ferroviário da Bolívia, na tarde de quarta-feira (4) em Corumbá – a 417 km de Campo Grande –, que causou a morte da professora Élida Aparecida de Campos, 44 anos, será investigado por um comitê da concessionária Rumo, operadora de ferrovias do Brasil e que oferece serviços logísticos de transporte ferroviário, elevação portuária e armazenagem.

Em nota, a empresa informou que, apesar de não ter envolvimento com o acidente, já que os vagões “não estavam atrelados a nenhum trem da concessionária”, ela enviará uma equipe regional para apoio a Corumbá.

“A Rumo disponibilizou uma equipe regional para apoio, montou um comitê para apurar as causas da ocorrência e segue trabalhando para esclarecer os fatos”, declarou a empresa por meio de nota à imprensa.

O acidente aconteceu por volta das 17h de ontem, em uma passagem da linha férrea. De acordo com o Corpo de Bombeiros, que atendeu a ocorrência, dois vagões atingiram o Fox em que estava a professora. O veículo foi arrastado por cerca de 100 metros por dois vagões que descarrilaram, outros quatro seguiram por mais 2 quilômetros.

Conforme e sargento dos bombeiros André Eduardo Marti, outros dois carros e uma motocicleta também foram atingidos pelos vagões, entretanto, apenas o veículo de Élida foi pego em cheio. Os outros condutores tiveram apenas escoriações e não necessitaram de ajuda dos bombeiros.

Segundo testemunhas contaram aos bombeiros, os vagões não estavam atrelado a nenhum locomotiva e desciam os trilhos em alta velocidade. “Eles disseram que só ouviram o barulho e quando viram os vagões já estavam próximos. Saíram varrendo tudo que estava pela frente e acabou pegando o carro da vítima em cheio”, contou o sargento.

O atendimento foi feito por cerca de 10 bombeiros, com três viaturas, sendo duas de salvamento e uma de resgate. A professora ficou presa nas ferragens e foi retirada com a ajuda de um desencarcerador. A ação durou cerca de 15 minutos e de lá ela foi encaminhada para a Santa Casa de Corumbá, onde foi levada para o Centro de Tratamento Intensivo (CTI).

“Ela tinha vários cortes no braço, nada profundo, mas estava com hematomas na no abdômen e imaginamos que estivesse com trauma abdominal e torácico”, contou. Apesar do atendimento, Élida morreu por volta das 20h30 de ontem.

Conforme nota da Rumo, “aparentemente os vagões correram do terminal de transbordo de terceiros”. A vítima, que era professora de uma Apae do município, será enterrada na tarde desta quinta-feira (5) no cemitério Santa Cruz, em Corumbá.