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MINISTÉRIO DA JUSTIÇA Pistoleiros da milícia de Name estão entre criminosos mais procurados do País Plataforma lançada pelo Ministério da Justiça tem 26 nomes, sendo três de MS 30 JAN 2020 • POR GLAUCEA VACCARI E THIAGO GOMES • 18h41

O ex-guardas municipais de Campo Grande, José Moreira Freires, o Zezinho, e o auxiliar Juanil Miranda Lima, responsáveis por executar os crimes da organização criminosa envolvida em crimes de pistolagem estão entre os criminosos mais procurados do Brasil. Plataforma com lista de nomes, imagens e dados dos bandidos mais procurados do País foi lançada nesta quinta-feira (30) pelo ministro da Justiça Sérgio Moro.

Na lista, ambos os pistoleiros do grupo de extermínio, do qual também fazem parte Jamil Name e Jamil Name Filho, constam como tendo área de atuação na Região Centro-Oeste e países do Mercosul em crimes contra a vida – pistolagem.

Os pistoleiros são descritos como exs-guardas municipais de Campo Grande, integrantes de uma milícia ligada ao jogo do bicho; condenados pelo Tribunal do Júri pela execução do delegado Paulo Magalhães Araújo e suspeitos de envolvimento na morte de Orlando da Silva Fernandes “Bomba”, ex-chefe de segurança do narcotraficante Jorge Rafaat Tuonami.

Além deles, a lista conta com outros 24 criminosos foragidos. "São indivíduos extremamente perigosos, todos eles com mandados de prisão, decorrentes de condenações ou prisões cautelares. Alguns deles, inclusive, não se exclui a possibilidade que estejam foragidos no exterior, e a divulgação dessa lista tem a virtude de facilitar que esses indivíduos sejam encontrados, os mandados sejam cumpridos e eles sejam levados às cortes de Justiça ou para que as condenações sejam cumpridas e eles possam responder pelos crimes", afirmou Moro.

Outro criminoso com atuação em Mato Grosso do Sul que consta na lista dos mais procurados é o ex-policial militar Fábio Costa, conhecido como Pingo ou Japonês. Segundo o Ministério da Justiça, ele é suspeito de corromper agentes públicos. 

Pingo foi preso em 2011 pela Polícia Federal, na Operação Marco 334, deflagrada para desarticular uma quadrilha de contrabandistas de cigarros. Ele é suspeito de ter participado de ataque à casa de um inspetor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) de MS em 2017, após apreensão de uma carga de cigarros contrabandeados avaliadas em R$ 14 milhões. 

A plataforma pode ser acessada pelo endereço: www.novo.justica.gov.br/procurados/capa_interna

MILÍCIA ARMADA

Freires e Juanil participaram do assassinato do estudante de Direito Matheus Xavier, em abril do ano passado. Integrantes da equipe que investiga a organização confirmaram que os dois estão foragidos desde abril, logo depois que um homem (cuja identidade não será revelada), contratado pela quadrilha para hackear a rastrear o verdadeiro alvo da dupla: o policial militar Paulo Roberto Xavier (pai da vítima), prestou depoimento à Polícia Civil no inquérito que investiga o assassinato do estudante. 

O Correio do Estado apurou que o pagamento pelo crime seria de R$ 120 mil. 

Para comprovar o envolvimento de José Moreira Freires e Juanil Miranda Lima na execução do rapaz, os investigadores utilizaram os dados do rastreamento da tornozeleira eletrônica, fornecidos pela Agência de Administração do Sistema Penitenciário (Agepen), interceptação telefônica e depoimentos de pessoas muito próximas aos integrantes do grupo de extermínio. 

O trabalho de investigação ainda trouxe o envolvimento da dupla em outra execução: a do policial militar e ex-chefe de segurança da Assembleia Legislativa Ilson Martins de Figueiredo, em 11 de junho de 2018, em Campo Grande. As contas de Juanil no Google Drive armazenavam 26 fotografias da execução. Outro assassinato, o de Orlando da Silva Fernandes, o Bomba, ex-segurança de Jorge Rafaat, ocorrido em 28 de outubro do ano passado, também é investigado pela força-tarefa formada por Garras e Gaeco. Em outros depoimentos, uma outra execução, a de Marcel Costa Hernandes Colombo, o Playboy, também é creditada por testemunhas a este grupo de extermínio.