Por Fabíola Salvador, Brasília
O ministro da Agricultura, Wagner Rossi, afirmou ontem que missão do governo brasileiro pode ir à China em junho para negociar acordos agrícolas que viabilizem a exportação entre os dois países. As negociações também podem acontecer no Brasil no mesmo mês, disse o ministro, após reunião com o ministro da Administração-Geral de Supervisão da Qualidade, Inspeção e Quarentena da China (AQSID), Wang Young.
Eles reuniram-se ontem, em Brasília, para encerrar as discussões sobre as exportações de carne bovina processada do Brasil para a China. A ideia é que representantes dos dois países voltem a se reunir antes do dia 21 de julho, quando a Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Coordenação (Cosban) se reúne. Rossi explicou que o Brasil gostaria de formalizar acordos com a China no encontro da Cosban.
No encontro de ontem, o ministro da AQSID reafirmou o interesse da China em vender pescados e frutas para o Brasil, contou Rossi. O Brasil voltou a pleitear a ampliação do número de frigoríficos habilitados a exportar carne bovina "in natura" e a inclusão da Bahia e Alagoas na lista de estados autorizados a vender folhas de tabaco para a China.
Na quinta-feira, Brasil e China assinaram dois protocolos que permitirão a exportação brasileira de carne bovina processada e de tabaco do Rio Grande do Sul para o mercado chinês.
Carne
Brasil e China deram mais um passo para viabilizar as exportações brasileiras de carne bovina processada para o mercado chinês. Apesar de comemorar a assinatura do protocolo que estabelece as condições sanitárias e veterinárias para o comércio de carne, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, lembrou que os embarques efetivos dependem da habilitação de frigoríficos exportadores
Também na quinta-feira, numa reunião técnica entre representantes dos dois países, o Brasil pediu a ampliação de cinco para 19 no número de frigoríficos autorizados a vender carne bovina "in natura" para a China. O Brasil argumenta que as cinco plantas que têm autorização para exportar desde 2006 vendem volume "inexpressivo" de carne para a China.
Outro pleito apresentado pelo Brasil aos chineses foi a autorização para exportação de carne suína in natura, mercado que governo e empresários brasileiros consideram muito importante em termos de comércio. Hoje, o Brasil entregou aos chineses uma proposta de certificação sanitária da carne suína in natura. O ministério pediu que a China dê uma resposta num prazo de 30 dias.
Rossi também avaliou a proposta dos chineses, que querem vender carne suína e de frango para o Brasil. "Essa é uma questão comercial", afirmou Rossi, lembrando que a autorização de importação tem um caráter simbólico.