No primeiro dia da flexibilização dos transportes públicos para atender outros segmentos além dos profissionais da saúde, trabalhadores tiveram de esperar por mais de duas horas os ônibus e muitos chegaram atrasados aos seus destinos. Atualmente, somente onze linhas atendem as sete regiões de Campo Grande, em horários predeterminados, e todas elas fazem a integração na Praça Ary Coelho, no Centro.
O transporte coletivo parou no dia 20 de março, quando somente profissionais da área da saúde podiam fazer uso dos ônibus, que passaram a operar da forma citada anteriormente, com 11 linhas em horários predeterminados. Porém, com algumas flexibilizações permitidas pelo prefeito Marcos Trad (PSD), os ônibus passaram a atender também trabalhadores de outros segmentos comerciais, mas, apesar de já estarem funcionando parcialmente, não era permitido que seus funcionários utilizassem os coletivos.
Com a flexibilização do prefeito Marcos Trad (PSD), que permitiu a abertura de canteiros de obras e comércios relacionados à construção civil, na terça-feira (31), operários e funcionários de restaurantes, padarias, farmácias e mercados – serviços considerados essenciais – precisaram sair de casa mais cedo do que o normal para chegarem ao trabalho.
Relatos de usuários do transporte ouvidos pelo Correio do Estado são de que a espera por um ônibus na praça chega a duas horas. “Eu saí de casa por volta de 6h30min e demorei 2h30min em um trajeto que eu faço em 1h20min”, disse o atendente Jhonatan Mariano, que saiu do Bairro Parati, onde mora, para trabalhar no Chácara Cachoeira. “Para voltar, vai ser bem mais demorado, sem contar a caminhada para chegar em casa”, reclamou ele.
JUSTIFICATIVA
Segundo o presidente do Consórcio Guaicurus, mantenedora do sistema de ônibus da Capital, João Rezende Filho, a mudança aconteceu somente na questão da quantia de ônibus em circulação. “O que foi planejado é uma ampliação na quantidade de ônibus. Cada rota contava com dois veículos e vai passar a ser atendida por três”, disse ele ao Correio do Estado, ou seja, um ônibus a mais para atender à demanda maior.
Além do aumento de 11 ônibus, os passageiros terão duas horas para fazer integração – que antes era de 1h – e utilizar a mesma passagem para continuar a viagem em outro ônibus. Dez linhas vão dos bairros ao Centro. Outra sai do Centro e passa por grandes hospitais na região, como Santa Casa, Cassems e Unimed. Todos se encontram na Praça Ary Coelho, onde o tempo de espera é maior. “Nós chegamos aqui e, enquanto todos os ônibus não chegarem, nenhum outro sai”, contou um passageiro, que preferiu não ser identificado.
Conforme Rezende, os primeiros dias serão um teste e a partir das percepções dos usuários e do monitoramento do fluxo de passageiros, pode haver adição de mais carros em algumas rotas ou implementação de mudanças nos itinerários. Rezende afirmou que o esquema especial, batizado de Operação Covid-19, tem movimento diário de 2,3 mil pessoas. Não há estimativas do aumento com mais categorias usando o serviço.
Só poderão embarcar trabalhadores com crachás ou uniformes. Contudo, os motoristas foram orientados a confiar na honestidade e boa-fé das pessoas nos casos de quem trabalha em mercearias e comércios pequenos de bairros, que não contam com esse tipo de identificação funcional.
Horários de funcionamento
O transporte coletivo em Campo Grande está operando das 5h às 8h, das 9h50min às 13h e das 15h50min às 20h30min.