Já se passaram quase dois meses desde que o deputado federal Tio Trutis o Loester Carlos Gomes de Souza (PSL), foi às redes sociais avisar a população que tinha sido vítima de um atentado quando seguia com sua equipe em seu Toyota Corolla na BR-060, entre Campo Grande e Sidrolândia.
Desde o dia 16 de fevereiro a Polícia Federal ainda não conseguiu encontrar evidência que aponte a autoria do atentado.
Nenhuma hipótese é descartada pelos policiais federais.
O inquérito já foi prorrogado e pode estar perto de seu segundo adiamento.
O Correio do Estado apurou que a Superintendência Regional de Polícia Federal de Mato Grosso do Sul designou uma equipe exclusiva para o caso, com um delegado e três agentes. O trabalho de perícia figura entre os prioritários.
Ti Trutis, deputado federal pelo PSL, tem foro privilegiado e, por isso, as diligências são conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O trabalho de investigação corre em sigilo.
Em meio a discrição, a apuração ainda não conseguiu indícios suficientes para identificar o autor do atentado contra o deputado federal.
A escassez de testemunhas e a dificuldade de se apontar possíveis autores por meio dos elementos analisados pela perícia são os maiores desafios dos policiais.
Por enquanto, os agentes da Polícia Federal têm os depoimentos das vítimas, Tio Trutis e seu motorista, e os trabalhos de perícia realizados no automóvel.
O que não existe ainda são indícios de que organizações criminosas, com alto poder de fogo e de organização, tenham ligação direta com incidente.
Todas as declarações do deputado nos dias que antecederam o atentado e sua relação com possíveis adversários ou pessoas com quem ele tenha se desentendido estão sendo minunciosamente analisadas.
Atentado
Conforme o deputado Tio Trutis relatou no dia do atentado, foram pelo menos cinco disparos. Um deles atingiu a coluna traseira e tinha como alvo o deputado. “O que muita gente chama de armação, para minha mãe, que ora com o joelho no chão, é livramento”, disse Trutis dois dias depois do atentado.
O deputado, na época, não atribuiu a autoria do crime a ninguém, mas manifestou-se em suas redes sociais: “Cigarreiros, traficantes e líderes de esquadrões da morte se tornaram vereadores, deputados e quase fizeram até um governador”, afirmou.
Desde o atentado, o deputado não concede entrevistas à imprensa de Mato Grosso do Sul.
O carro de Tio Trutis foi emparelhado por outro carro. O atirador atingiu a parte traseira do lado esquerdo do Corolla. Na ocasião, ninguém saiu ferido.
O caso foi atendido inicialmente por policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope), da Polícia Militar, e depois foi encaminhado para a Polícia Federal.