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FASE DE TESTES Cantor Mariano doa sangue para tratamento de pacientes com coronavírus com plasma sanguíneo Estudo trabalha com hipótese que plasma do sangue de "curados" ajuda na recuperação de pacientes internados 15 JUN 2020 • POR Da Redação • 17h29

Cantor Mariano, da dupla com Munhoz, foi o primeiro voluntário a doar sangue, nesta segunda-feira (15), para um tratamento em fase de testes que usa plasma do sangue humano - de pacientes já recuperados da Covid-19 - para tratar pacientes internados que ainda estão com a doença. O cantor foi diagnosticado no fim de março e está “curado”. 

Para o artista sul-mato-grossense, participar deste processo representa um importante passo no combate à pandemia. “Quando eu peguei a doença, fiquei sabendo dos estudos e da pesquisa e já me prontifiquei de imediato. Assim que liberaram, já sabiam que eu tinha me prontificado a ajudar, me chamaram para ser o primeiro. Com isso, nós levamos a bandeira do Estado para todo o Brasil. Estou muito feliz em ser o primeiro”, disse Mariano. 

A coleta aconteceu no Hemocentro Coordenador de Mato Grosso do Sul (Hemosul). “É uma pesquisa importantíssima. Somos uma das unidades pioneiras para essa pesquisa de todo o país. Nós participaremos dessa importante iniciativa que comprova o compromisso do Governo do Estado  em arrumar alternativas de enfrentamento do coronavírus em Mato Grosso do Sul”, ressaltou o secretário de Saúde do Estado, Geraldo Resende.

Marli Vavas, coordenadora geral da Rede Hemosul-MS, explicou que a iniciativa que partiu de um diálogo com a Universidade de São Paulo (USP) – Hemocentro de Ribeirão Preto. “É muito importante ter iniciado este trabalho em parceria com a USP-Hemocentro Ribeirão Preto e Fiocruz. Temos uma satisfação imensa em contribuir para um tratamento que poderá ser uma opção fundamental para o enfrentamento da Covid”, comentou. 

ESTUDO 

O estudo pretende avaliar o impacto da transfusão de plasma de convalescente (pacientes recuperados) da Covid-19 em pacientes com quadro clínico grave dessa doença e vai trabalhar com a hipótese de que a transfusão de plasma de doador convalescente da Covid-19 poderá resultar em evolução clínica mais favorável e aumentar a taxa de sobrevida de indivíduos com acometimento grave pela doença.

Para testar a hipótese, serão tratados com plasma convalescente 40 pacientes com a forma grave da Covid-19 que terão seus desfechos comparados com grupo controle constituído de 80 pacientes com a mesma doença, com características e gravidade clínica semelhante. Cada paciente receberá uma dose aproximada de 10 ml/kg/dia de plasma convalescente (600 mL/dia para os adultos), por 3 dias consecutivos. 

Os participantes do estudo serão recrutados dentre os pacientes com infecção grave da Covid-19, tratados no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) e no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul HRMS.