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GRUPO DE EXTERMÍNIO

Novo pedido contra Jamil Name torna incerta transferência para Mato Grosso do Sul

Jamil Name é acusado de chefiar grupo de extermínio em Campo Grande

21 JUN 2020 • POR Eduardo Miranda, Fábio Oruê • 17h58

Novo pedido em desfavor de Jamil Name, acusado de chefiar grupo de extermínio em Campo Grande, torna incerta a volta do réu para Mato Grosso do Sul. Name, que está preso no presídio federal de Mossoró (RN), ganhou concessão de habeas corpus pelo ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio, tornando possível a volta dele à um presídio estadual. 

Porém, como lembrou o juiz da Execução Penal de Campo Grande, José Esbalqueiro Júnior, este pedido para que Name continue no sistema federal pode dificultar sua volta a Mato Grosso do Sul. Ao Correio do Estado, o advogado de defesa de Jamil, Renê Siufi, confirmou que não há previsão para a transferência de seu cliente. 

O “lembrete” de Esbalqueiro aconteceu após, - nesta semana - o juiz da Execução Penal de Mossoró (RN), Walter Nunes da Silva Júnior, deu andamento à devolução de Jamil Name à Campo Grande, e pedir para o Departamento Penitenciário Nacional (Depen) para organizar a operação de transferência do réu. 

Desde que o estado de calamidade pública por causa da pandemia do novo coronavírus foi decretado pelo governo federal, em março, o Depen está impedido de receber novos ingressos no sistema penitenciário federal. Se Name, que tem 81 anos, deixar as prisões federais, pode não voltar tão cedo às instalações do Departamento Penitenciário Nacional.

Lá, em regime disciplinar diferenciado, Jamil Name está incomunicável. Se voltar a Campo Grande, o réu pode não ter a mesma restrição que lhe é imposta em uma penitenciária federal. A nova prisão preventiva dele pode alterar os próximos passos da operação Omertà, a mesma que o prendeu e que chegou à sua terceira fase nesta semana