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CAMPO GRANDE Preço abusivo e falta da hidroxicloroquina nas farmácias serão debatidas em audiência Medicamento usado contra a Covid sumiu dos estoques e, quando encontrado, preço é superior ao de antes da pandemia 12 JUL 2020 • POR Glaucea Vaccari • 15h12

Preços abusivos e falta da hidroxicloroquina nas farmácias de Campo Grande serão debatidas em audiência pública, nesta segunda-feira (13), na Câmara Municipal de Campo Grande. O medicamento, que passou a ser adotado em protocolo contra a Covid-19, sumiu dos estoques e tem prejudicado o tratamento de pacientes que fazem uso contínuo no tratamento de outras doenças.

Audiência está prevista para começar às 9h30 e será transmitida ao vivo pelo Facebook da Câmara Municipal. Quem desejar participar do debate, pode enviar perguntas e sugestões pela rede social.

Além dos vereadores, participam da discussão representes da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), Procon, Conselho Regional de Farmácia, uma médica reumatologista e um médico que participou da elaboração do protocolo de enfrentamento à Covid-19 da prefeitura de Campo Grande, além de pacientes de doenças autoimunes que fazem uso do remédio.

Mesmo sem comprovação científica de eficácia contra a Covid-19, a hidroxicloroquina passou a ser adotada por muitas pessoas e houve corrida desenfreada às farmácias, o que fez com o medicamente praticamente sumisse dos estoques.

Além da falta, os preços aumentaram significativamente, inclusiva para manipulação.

Indicada no tratamento de lúpus, artrite reumatoide, doenças fotossensíveis, malária, entre outros, os pacientes que sofrem dessas doenças não conseguem comprar o medicamento em razão desta alta procura, agravando seus problemas de saúde, pois a hidroxicloroquina é de uso contínuo nestes tratamentos.

Também fará parte do debate o uso do medicamento de forma profilática para a Covid. O uso da cloroquina e da hidroxicloroquina, além de outros medicamentos que fazem parte do protocolo, causa polêmica. Isto porque não há nenhum estudo que tenha concluído que os remédios sejam eficazes em qualquer estágio da doença.

Mesmo assim, muitos pacientes e alguns médicos defendem o uso dos remédios para, supostamente, evitar sintomas mais graves da Covid-19. Conforme a Organização Mundial da Saúde, uma das principais preocupações, especialmente no caso da cloroquina e hidroxicloroquina, é com os efeitos colaterais, que, segundo os estudos, trazem riscos ao coração e podem levar pacientes com problemas cardíacos à morte.