A antiga Estação Ferroviária Noroeste do Brasil é um marco de desenvolvimento para o município desde muito antes de ele se tornar capital de Mato Grosso do Sul.
Inaugurada em 1914, a estação trouxe não só tecnologia, mas novos trabalhadores – muitos imigrantes – e modificou a economia do antigo Mato Grosso, uno nos anos que se seguiram. No percurso de tantas pessoas, em uma época em que o celular nem sequer existia, quem fazia as honras de contar o tempo era o relógio na torre principal da edificação.
O primeiro modelo, considerado o original, foi redondo, mas há muito tempo deixou de habitar sua antiga morada. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional em Mato Grosso do Sul (Iphan-MS), desde a década de 1970, o relógio original foi trocado por outro modelo. “Nas pesquisas que nós realizamos, o relógio que estava na estação não é mais o original. Na década de 1970, o prédio sofreu reformas e o relógio foi substituído”, afirma a superintendente do Iphan-MS, Maria Clara Scardini.
Tombada como patrimônio cultural do País, a Estação Ferroviária já recebeu algumas intervenções, a fim de garantir a manutenção do prédio e da história de Mato Grosso do Sul, a última foi a reativação do antigo relógio, parado há mais de uma década.
“A estrutura do relógio, embora não seja o original da inauguração, foi trocada na década de 1970. Nós mantivemos esse e trocamos só o necessário para que ele voltasse a funcionar”, explica a superintendente.
O investimento para a restauração foi de R$ 40 mil, que incluiu não só o reparo do relógio, como a pintura do prédio e a manutenção da rede elétrica. “A plotagem é exatamente igual à do relógio anterior da década de 1970. O maquinário não era mais o original, tinha sido trocado em 2009. Precisou ser substituído, porque não estava funcionando. Além desse restauro, modificamos a parte elétrica para que ele pudesse ficar iluminado à noite”, conta Scardini.
Patrimônio
Todo o Complexo Ferroviário de Campo Grande, incluindo as edificações, os trilhos e os viadutos, foi tombado em dezembro de 2009 pelo Iphan, com o objetivo de preservar a história do País, que se desenvolveu por anos com o auxílio dos trens.
A chegada dos trilhos da Ferrovia Noroeste do Brasil foi um dos acontecimentos mais importantes da história da cidade. Ao redor da estação foram construídos escritórios, oficinas, armazém, rotunda de manutenção, caixa-d’água, escola e residências, formando o Complexo Ferroviário, conjunto que expressa os modos de vida e trabalho da época de sua construção, ao longo da primeira metade do século passado.