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CIÊNCIA E TECNOLOGIA Pesquisa com plasma ainda precisa de curados voluntários Estudo vai avaliar os impactos da transfusão de plasma de recuperados da Covid-19 no tratamento de pacientes graves 27 JUL 2020 • POR Gabrielle Tavares • 12h14

O Hemosul já tem quase metade dos voluntários necessários para a pesquisa que vai avaliar os impactos da transfusão de plasma de pessoas recuperadas da Covid-19, no tratamento de pacientes graves.

A primeira coleta do plasma ocorreu em 15 de junho, em dezesseis recuperados da Covid-19, entre eles o cantor Mariano, da dupla com Munhoz. 

Outro desses voluntários é o representante comercial, Adalton Luis Nunes, que foi infectado no início de março.

A esposa e filho do voluntário também foram contaminados com o vírus, o que motivou Adalton a se voluntariar. Segundo ele, objetivo é contribuir com o estudo para que outras famílias não passem também pela dor da doença.  

"Quando vi na televisão que teria esse estudo aqui, eu me prontifiquei na hora porque eu gostaria muito de ajudar outras pessoas a não passarem essa angústia que a gente passou. De ter uma doença e não saber como tratar, o que poderia curar, se haveria cura”, relatou Adalton.  

De acordo com o Hemosul, há uma lista de espera dos voluntários em análise pelas instituições envolvidas com a pesquisa, porque há uma série de critérios que o voluntário precisa se enquadrar antes de integrar o estudo. Mas ainda é possível procurar o Hemosul e se voluntariar.  

Em Mato Grosso do Sul, a pesquisa é liderada pela Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo (USP) e envolve a participação da Rede Hemosul, Fiocruz MS e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).  

Critérios para ser voluntário

Estudo

O estudo pretende avaliar o impacto da transfusão de plasma de convalescente (pacientes recuperados) da Covid-19 em pacientes com quadro clínico grave dessa doença e vai trabalhar com a hipótese de que a transfusão de plasma de doador convalescente da Covid-19 poderá resultar em evolução clínica mais favorável e aumentar a taxa de sobrevida de indivíduos com acometimento grave pela doença.

Para testar a hipótese, serão tratados com plasma convalescente 40 pacientes com a forma grave da Covid-19 que terão seus desfechos comparados com grupo controle constituído de 80 pacientes com a mesma doença, com características e gravidade clínica semelhante. 

Cada paciente receberá uma dose aproximada de 10 ml/kg/dia de plasma convalescente (600 mL/dia para os adultos), por 3 dias consecutivos.  

Os participantes do estudo serão recrutados dentre os pacientes com infecção grave da Covid-19, tratados no Hospital Universitário Maria Aparecida Pedrossian (Humap) e no Hospital Regional de Mato Grosso do Sul HRMS.